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Pelo terceiro mês seguido, a previsão para o Rio Grande do Sul manterá o mesmo padrão. Segundo a Climatempo, o Estado deverá ter dias de calor e chuva abaixo da média no mês que inicia nesta quarta-feira (1º). Mesmo com o La Niña em período de neutralidade, devido ao momento de transição para o El Niño, a tendência é que efeitos do fenômeno, que se caracteriza por diminuição da temperatura das águas do Oceano Pacífico, continuem aparecendo em março.
Em termos de temperatura, o próximo mês deverá ser de calor acima da média. Em algumas regiões do Estado, como a Fronteira Oeste, Campanha e a Região Sul, o clima deverá ser mais quente que o habitual. A média de temperatura máxima para março em Uruguaiana, uma das cidades mais quente da Fronteira Oeste, é de 29,2°C. No próximo mês, os termômetros podem marcar máximas mais altas.
O restante do Rio Grande do Sul também sofrerá com mais calor que o habitual, mas temperaturas não deverão ser tão altas quanto na Fronteira Oeste, Campanha e Região Sul. Em Porto Alegre, a média de temperatura máxima para março é de 29,2°C. A boa notícia é que, apesar do calor acima da média, março não será quente como foi fevereiro, quando Porto Alegre chegou a ser a Capital mais quente do Brasil por dias consecutivos.
Estiagem
Em fevereiro, a Climatempo previa chuva acima da média apenas para a Região Metropolitana, Litoral Norte e Região Noroeste. Em Porto Alegre, a média histórica de precipitação para fevereiro é 106,5 milímetros e a Capital registrou acumulado de 113 milímetros em 2023.
No último mês, o volume de chuva no Rio Grande do Sul variou entre 50 e 150 milímetros. Os municípios do Norte, que fazem divisa com Santa Catarina, tiveram os maiores índices. Por outro lado, algumas cidades da Fronteira Oeste tiveram os menores volumes do mês.
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Mais de 300 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência por causa da estiagem. Santo Ângelo, nas Missões, e Bagé, na Região Sul, são alguns dos que tiveram chuva abaixo da média no último mês. A média histórica de precipitação para o mês de fevereiro em Santo Ângelo e Bagé é, respectivamente, 151 e 129 milímetros. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, choveu 40 milímetros no município das Missões e 67,8 milímetros no da Região Sul.
Apesar da canção de Elis Regina e Tom Jobim falar nas famigeradas águas de março que fecham o verão, a previsão da Climatempo é de chuva abaixo da média para todo o Rio Grande do Sul. Para Porto Alegre, a média para o mês todo é de 92,2 milímetros, valor que não é considerado alto ou suficiente para resolver os problemas de estiagem. Para Bagé e Santo Ângelo, as médias históricas do mês de março não passam dos 120 milímetros.
— O outono, estação de transição entre verão e inverno, começa em março. Então a previsão é de clima mais característico de outono, com os dias mais quentes do verão e um frescor no final do dia, típico do inverno. A tendência é a redução no volume de chuva porque é uma característica do inverno, que é uma estação mais seca que o verão — acrescenta.
La Niña e El Niño
Após três anos de atuação, o fenômeno La Niña entra em período de neutralidade. Isso significa que, até a formação do El Niño, prevista para acontecer entre junho e julho deste ano, o Rio Grande do Sul seguirá enfrentando alguns efeitos do fenômeno, como a intensificação na frequência de frente frias e a diminuição do volume de chuvas que o La Niña traz para o sul do Brasil.
— A atmosfera não é automática, como um interruptor que muda do La Niña para o El Niño. Vamos saindo de uma e lentamente indo para o outro. Tem fortes indicativos de que o El Niño se configure na metade do ano — afirma Noele.
Segundo a Climatempo, o El Niño contribui para ocorrência de áreas de instabilidade, aumentando o volume de chuva no sul do Brasil. Por outro lado, o norte do país passa a sofrer mais com secas e calor intenso, como tem acontecido com o Rio Grande do Sul nos últimos anos.