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Muito protetor solar, hidratação constante e evitar a exposição ao sol. Na próxima semana, os gaúchos deverão seguir à risca essas recomendações se não quiserem sofrer tanto com as altas temperaturas. Isso porque, de acordo com a Climatempo, o Estado pode registrar recorde histórico de calor a partir da próxima terça-feira (11).
Segundo Daniela Freitas, meteorologista da Climatempo, embora ainda não seja possível antecipar as temperaturas exatas que os termômetros do Estado deverão registrar na próxima semana, os modelos numéricos de previsão do tempo já indicam uma tendência de aquecimento, o que pode fazer com que as máximas beirem os 40ºC, sem descartar a possibilidade de calor nunca antes sentido pelos gaúchos, incluindo em Porto Alegre.
O motivo do calorão é que uma massa de ar seco e quente deve ganhar força pelo Estado. Saindo da Argentina, o fenômeno deve chegar no Rio Grande do Sul pela Fronteira Oeste, atingindo principalmente a região de cidades como Uruguaiana e São Luiz Gonzaga e posteriormente avançando.
— Vai ser tudo muito gradativo. Ao longo dos próximos dias, a temperatura vai subindo aos pouquinhos, até a gente chegar a um calor mais acentuado.
Segundo a especialista, a tendência é de que essa massa de ar seco fique instalada pelo RS pelo menos até o fim de semana. Os dias mais quentes devem ser sexta-feira (14) e sábado (15).
Nesse cenário, é preciso estar atento aos riscos para a saúde e também aos riscos ambientais. É preciso tomar muita água, evitar o sol principalmente na parte da tarde e não dispensar o filtro solar. O ar deve ficar seco e atingir níveis de atenção nas horas mais quentes do dia, abaixo dos 30% — segundo a OMS, o ideal para a saúde humana é 60%.
— Para os seres humanos e os animais há um desgaste físico e entra em quadro de estresse térmico (...). Queimadas e incêndios não são descartados. Para ter combustão natural, é preciso ter uma série de fatores, como temperaturas altas e pouca umidade, e semana que vem isso estará bem expressivo. — explica Daniela.
Chuva
De acordo com Daniela, durante este pico de calor, uma instabilidade entre a fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina deve trazer chuva para a Fronteira Oeste e a região Noroeste do Estado. Entretanto, a chuva deverá ser pontual e ocorrerá em apenas algumas horas do dia.
Nesse cenário, a tendência é que o Estado feche o mês com chuvas insuficientes. Conforme a meteorologista, uma das razões é o aquecimento anômalo das águas do Atlântico, que faz com os sistemas frontais, as frentes frias e os sistemas de baixa pressão se formem e avancem de forma bem mais rápida pela região Sul e fiquem mais estacionados no Sudeste do país, fazendo com que chova mais nesta região do que no RS.
— Em junção a isso, a gente está em uma condição desde o ano passado que é o resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, que é o La Niña, quando temos a característica de muita chuva nas áreas da metade Norte do país e pouquíssima nos três estados do Sul, principalmente no Rio Grande do Sul, onde hoje há uma situação crítica — finaliza.