
Cinco dias após acidente de ônibus que causou sete mortes e deixou 26 feridos em Imigrante, no Vale do Taquari, 17 pessoas prestaram depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (9).
O ônibus transportava estudantes e professores do curso de Paisagismo, do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ao Cactário Horst, em Imigrante, quando ocorreu o acidente na última sexta-feira (4).
A rodada de oitivas começou por volta das 9h30min e se estendeu até o fim da tarde, na 1ª Delegacia de Polícia de Santa Maria. Entre aqueles que apresentaram suas versões do caso à polícia estão representantes da universidade, sobreviventes do acidente e o motorista do veículo.
Segundo o delegado José Romaci Reis, responsável pela investigação, os passageiros que estavam no veículo no momento da queda avaliaram que houve problemas envolvendo cintos de segurança.
— Todas as vítimas falaram quase que a mesma coisa. Algumas pessoas disseram que estavam sem cinto, outros falaram que não tinha cinto. Outros disseram que tentaram colocar o cinto, mas não tinha cinto no assento — contextualizou o delegado.
Motorista tentou manter ônibus na estrada, afirma sobreviventes
Os sobreviventes também relataram que o ônibus desceu o declive na Estrada Acesso Rota do Sol com velocidade provavelmente superior a 100 km/h e que o motorista tentou evitar que o veículo saísse da via.
— Quando ele começou a descer o morro, ele começou a ganhar velocidade. Com isso, o motorista começou a meio que cortar as curvas, passar por cima de cones e o ônibus chegou a levantar um lado, quase que virou. Falaram que o motorista estava tentando botar o ônibus na estrada, mas não estava conseguindo — acrescentou.
Motorista reforça falha em freios
O motorista do veículo também foi ouvido pela polícia na tarde desta quarta. Acompanhado de quatro advogados, ele reforçou a versão de que houve falha mecânica no sistema de freios do veículo.
Além disso, ressaltou que fez o possível, dentro do seu escopo de trabalho, para evitar a colisão, como revisar nível de combustível, água e pressão dos pneus do coletivo.
Conforme o delegado, o condutor, de 42 anos, porém, omitiu o que foi dito na primeira conversa à polícia, de que sabia de eventuais problemas com o ônibus.
Duas enfermeiras de Teutônia que prestaram atendimento a feridos no acidente devem ser ouvidas nesta quinta-feira (10), conforme o delegado. Depois disso, a polícia deve conferir os laudos periciais sobre o ônibus, que começou a ser analisado ontem.