O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) confirmou, nesta quinta-feira (26), que a Justiça aceitou o pedido do órgão para que Mateus Laner, responsável por atropelar Evelyn Cruz, de 14 anos, que morreu nessa quarta-feira (25), continue detido. A decisão judicial converte a prisão em flagrante em prisão preventiva.
O homem está preso desde o último domingo (22), quando ocorreu o atropelamento. A adolescente e um irmão de 10 anos foram atingidos por um Fiat Pálio em alta velocidade ao tentarem atravessar a rua.
Evelyn chegou a ser levada ao hospital com ferimentos graves, mas permaneceu internada até a manhã de quarta-feira, quando não resistiu aos ferimentos e morreu. O irmão chegou a ser internado com uma lesão na perna, mas recebeu alta e está em casa.
Com a morte da adolescente, a Polícia Civil considera que o caso passa a configurar homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de causar a morte, com o agravante de que o homem dirigia sem habilitação. Em depoimento à polícia, Laner alegou ter sofrido um ataque epiléptico no momento do atropelamento.
Segundo o Ministério Público, a manutenção da prisão se justifica em razão dos episódios de epilepsia do motorista. No pedido, o órgão alega que ele pode causar outros acidentes com consequências semelhantes se estiver em liberdade.
O delegado Félix Rafanhim, responsável pela Delegacia de Homicídios de Pelotas, aponta que, com a decisão judicial, o condutor vai seguir detido. A audiência de instrução deve ocorrer apenas a partir de 6 de janeiro, quando se encerra o recesso do Poder Judiciário. O Ministério Público aguarda a conclusão do inquérito para prosseguir ou não com a denúncia.
A reportagem entrou em contato com a Defensoria Pública do Estado, que é responsável pela defesa de Mateus Laner. O órgão informou que "irá se manifestar apenas nos autos do processo".
*Produção: Gabriel Dias