Dos 898 caminhões-guincho credenciados ao Detran gaúcho, 374 estão impossibilitados de prestar o serviço. O motivo é a falta de adaptação destes às regras que constam em uma portaria do órgão de abril de 2017, que determina a instalação de um giroflex no veículo e o registro deste equipamento no CRV (Certificado de Registro do Veículo) e no CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo). Os proprietários tiveram 26 meses para a adequação, e o prazo final terminou no dia 3 de junho.
A medida visa atender a uma normativa federal do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Ela cita a colocação de "dispositivo luminoso intermitente ou rotativo, na cor amarelo âmbar, sobre o teto do veículo a fim de ser utilizado quando parado e em efetiva operação". Além do giroflex, a portaria determina que a empresa prestadora de serviço tenha sistema de rastreamento por satélite em no mínimo 50% da frota.
Conforme o Detran, 10 municípios estão sem guinchos para atender aos Centros de Remoção e Depósito (CRDs): Barros Cassal, Butiá, Cacique Doble, Capivari do Sul, Chapada, Fontoura Xavier, Quaraí, Santo Antônio das Missões, Taquari e Vale Verde. O órgão informou que as ocorrências dessas cidades continuam sendo atendidas por CRDs dos municípios próximos. Na Capital, a quantidade de guinchos diminuiu 30%.
— Acredito que possa ter havido falta de comunicação, pouca divulgação, e por isso muita gente perdeu o prazo. Nós ficamos sabendo da portaria e começamos a fazer o processo necessário. Todos os nossos veículos já estão adaptados — disse Rodrigo Zwernik, proprietário de uma empresa que possui 10 caminhões-guincho no bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre.
O Detran garantiu que a população está sendo atendida, mas afirmou que o tempo para a chegada do guincho pode demorar mais do que a média. Segundo o órgão, as empresas estão se adaptando e por enquanto não ocorreram reclamações. O departamento acredita que a situação voltará ao normal nos próximos meses.
Os guinchos credenciados com o Detran atuam nas remoções de veículos por motivos administrativos (infrações de trânsito). Eles também podem ser solicitadas pelas autoridades policiais para remoção de veículos envolvidos em acidentes e/ou crimes.
Caminhões que atuam para clientes particulares ou conveniados com seguradoras e não possuem credenciamento com o Detran, não precisam da instalação de giroflex.