Bombeiros perdem tempo em emergências devido à dificuldade no uso dos hidrantes em Porto Alegre. Dois problemas são fáceis de serem flagrados nas ruas da cidade: carros estacionados junto aos hidrantes, o que tem proibição regulamentada no Código de Trânsito Brasileiro, e peças furtadas.
Em uma tarde circulando pelas ruas, a reportagem da Rádio Gaúcha encontrou 11 hidrantes em situação irregular - por falta de sinalização, por ter veículo obstruindo ou por furto de tampa. A sinalização é de responsabilidade da EPTC, a conservação dos hidrantes fica a cargo do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) e os motoristas deveriam ter a consciência de que estacionar nesses locais pode ser prejudicial.
Quanto ao estacionamento irregular, o soldado César Malet relata que veículos deixados junto a hidrantes podem causar perda de tempo, por exigirem outro lance de mangueira para ligar o equipamento ao caminhão, e até inviabilizar o abastecimento. Isso ocorre porque, em alguns casos, o carro bloqueia o movimento da chave que abre o registro. O soldado ainda ressalta que cada minuto perdido em um momento de resgate pode resultar em perdas.
O furto de tampas para serem vendidas é mais fácil de ser constatado na Capital do que o estacionamento indevido, visto que grande parte dos hidrantes fica em esquinas, facilitando o acesso de veículos de emergência. O soldado também conta que os hidrantes abertos são usados como lixeira e precisam ter latas, garrafas e sacos removidos no momento do uso, mas algumas vezes não se consegue liberar a passagem da água e é necessário buscar outro hidrante.
O Detran-RS afirma que neste ano, até outubro, houve 46 casos de multas devido a estacionamento junto a hidrantes no Rio Grande do Sul. No entanto, motoristas só podem ser multados, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, caso o local esteja devidamente sinalizado, com pintura de faixa amarela. A infração é considerada média e leva a multa de R$ 85,13 além de quatro pontos na carteira de habilitação.
Segundo o Dmae, Porto Alegre tem 1.667 hidrantes, todos ativos e com duas vistorias por ano.
