À espera de duplicação há quase uma década, um trecho de apenas 22 quilômetros da ERS-118 entre Sapucaia do Sul e Gravataí registrou 34 mortes e 1.297 acidentes nos últimos cinco anos - média de um a cada 33 horas.
A conclusão da obra, que se encontra parada desde outubro, é apontada como uma maneira de reduzir a violência no trânsito na região, onde se alternam pontos de pista simples com outros de pista dupla, desvios e locais com o pavimento deteriorado. O trecho também é considerado vital para o transporte de cargas, já que une cidades importantes da Grande Porto Alegre como Sapucaia, Esteio, Cachoeirinha e Gravataí.
- Se fosse em qualquer outro país, seria proibido o tráfego nessa estrada nas condições atuais. É um absurdo que a obra demore tanto tempo - lamenta o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Estado (Setcergs), Afrânio Kieling.
No ano passado, conforme os registros do Comando Rodoviário da Brigada Militar, oito das nove mortes registradas em todos os 80 quilômetros da ERS-118 ocorreram no trecho afetado pelo projeto de duplicação - com alta densidade urbana, saídas de ônibus e caminhões, entre outros focos de risco. Entre o começo de 2010 e o final de 2014, ocorreram 53 mortes em acidentes em toda a via.
Conforme o diretor-presidente do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Ricardo Nuñez, a duplicação da rodovia é tratada como prioridade pelo órgão. Porém, o trabalho é dificultado pela crise financeira do Estado e pela demora na desapropriação de cerca de 200 casas e estabelecimentos comerciais que ainda se encontram às margens da estrada.