Ainda em choque, familiares buscam compreender os fatores que levaram a morte do jovem Yuri Cabral Bottaro, de 24 anos, condutor do carro que despencou da ponte do Guaíba na manhã desta quarta-feira (30). Pelo menos dois fatores ajudam a explicar a tragédia: segundo eles, a pressa pelo atraso para uma entrevista de emprego somada a falta de experiência no trânsito de Porto Alegre foram determinantes para o acidente.
O jovem deixou Charqueadas ontem pela manhã em direção a Eldorado do Sul, onde participaria de uma entrevista de emprego. No entanto, teria perdido o ponto de acesso ao município, sendo forçado a seguir até Porto Alegre para fazer o retorno. Atrasado e sem conhecer a região, acabou ingressando na contramão ainda na Avenida Sertório e caindo da ponte enquanto o vão móvel estava içado. Ele ainda tentou frear, mas já era tarde demais.
"Era um rapaz que sempre estava em busca de uma colocação melhor e era muito responsável. A própria família disse para não ir, mas ele insistiu porque tinha assumido o compromisso", afirma o tio do jovem, Ronaldo Vieira Cabral.
Yuri era considerado por vizinhos e familiares um jovem dedicado e bastante afetuoso, preocupado com os três irmãos mais novos. Estudioso, estava aprovado em dois concursos públicos e empregado na Iesa Óleo e Gás. Também estava matriculado no curso de Engenharia da Produção na Unisinos, mas fazia curso pré-vestibular para tentar ingressar em Direito na UFRGS.
A Polícia Civil aguarda a tomada de depoimentos e outras imagens de câmeras de segurança para concluir o inquérito sobre as causas do acidente. Familiares criticaram a falta de sinalização e bloqueios mesmo na contramão. Em nota, a Concepa, responsável pela rodovia, a concessionária afirmou que não existe legislação que obrigue o bloqueio na contramão quando há içamento do vão móvel.