As estradas concedidas estão sendo entregues para a Empresa Gaúcha de Rodovias em uma situação limite, com baixa qualidade do asfalto. A avaliação é do conselheiro da Agergs (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS), Luciano Schumacher Santa Maria. A Agência avaliou indicadores de qualidade nos polos de pedágio no ano de 2012. Segundo o conselheiro da Agergs, as empresas concessionárias não fizeram os investimentos previstos em contrato.
"Com proximidade do término dos contratos, as empresas têm feito apenas o mínimo necessário e entregue as estradas sem a mínima sobrevida. As estradas têm sido entregues no limite da engenharia".
O diretor regional da Associação Brasileira das Concessionárias rebateu a crítica e questionou a metodologia utilizada pela Agergs. Para Egon Schunck Júnior, o governo exagera na avaliação das estradas.
"A qualidade das rodovias concedidas é infinitamente superior às demais. Me parece que há um certo exagero aí, e talvez até se justifique em função do clima contencioso que existe entre concessionarias, Daer, Agergs, União, Dnit, ANTT, etc. Diante desse cenário litigioso até está a se produzir provas para cada parte sustentar as suas alegações em ações judiciais".
Para Egon Schunck Júnior, o próprio Estado é "culpado" pela situação das estradas gaúchas, porque retirou dos contratos os padrões de qualidade quando assinou o termo aditivo número um.
"Justamente porque o governo retirou do contrato esse ponto de investimentos. Quando ocorreu o termo aditivo número um, foram diminuídos todos os padrões de qualidade e várias obras foram removidas. Foi retirado do contrato o índice de sobrevida, isso foi retirado porque o governo afetou drasticamente o equilíbrio econômico-financeiro com a redução unilateral de tarifa e, sendo contrário à hipótese de reequilíbrio, mediante extensão do prazo contratual, optou por reduzir investimentos. As causas estão no agir e no 'não agir' do governo".
