"Pensei que iria morrer", diz homem que aguardou oito horas por socorro em rio após acidente no Norte

O frio de cerca de 2°C e a dor intensa nas pernas quase fizeram o mecânico Joel Marcante Consorte, 25 anos, desistir de chamar socorro. Ele e o amigo Carlos Bombarda, 37 anos, aguardaram mais de oito horas por atendimento em um riacho depois de um acidente em Cacique Doble, no norte do Estado.

Bombarda dirigia um Gol pela rodovia Cacique Doble - São José do Ouro (ERS-343), quando perdeu o controle do veículo e saiu da pista, por volta das 23h30min de quarta-feira. O carro capotou e caiu dentro de um riacho, às margens da rodovia.

Eles foram socorridos por volta das 8h desta quinta-feira e encaminhados ao hospital de São José do Ouro, de onde foram transferidos para o Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo. Eles passam por exames.

Muito emocionado, Consorte conta como foi passar a noite à espera de socorro.

Zero Hora: Como o acidente aconteceu?
Joel Marcante Consorte: Peguei carona com o Carlos para ir de São José do Ouro a Cacique Doble e, em uma curva, ele perdeu o controle do carro, que caiu no rio. Foi tudo muito rápido. Quando eu vi estava preso às ferragens, com muita dor e molhado. O Carlos estava no rio. Não conseguia nem pensar em mexer as pernas.

ZH: Vocês pediram ajuda durante toda a madrugada?
Consorte: Nós dois gritamos muito por ajuda depois do acidente, mas depois desistimos. Achei que não fossem nos encontrar. Eu estava sentindo muita dor e muito frio, acabei apagando. Quando amanheceu eu comecei a gritar de novo, mas vi que o Carlos não gritava mais, fiquei preocupado. Achei que iríamos morrer.

ZH: Quem ouviu vocês?
Consorte: Quando gritava por ajuda de manhã ouvi o barulho de um carro parando. O motorista ouviu meus gritos e chamou ajuda.

ZH: O que você sentiu quando o socorro chegou?
Consorte: A sensação foi muita felicidade. Parece que nasci de novo. Quando me socorreram perguntei se o Carlos estava bem e confirmaram que sim. Foi um alívio.