
A compra do Instagram em 2012 e do WhatsApp em 2014 pela gigante de tecnologia Meta, que pertence a Mark Zuckerberg, está no centro de um julgamento que começa nesta segunda-feira (14) nos Estados Unidos.
A Comissão Federal de Comércio — que é o órgão de defesa da concorrência e do consumidor dos EUA — afirma que a aquisição dos aplicativos foi feita com o intuito de eliminar a concorrência, criando, assim, monopólio das redes sociais.
As compras ajudaram Zuckerberg, a criar um império que hoje alcança bilhões de pessoas.
Agora, mais de uma década depois, a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) quer desmembrar esses negócios, numa ação antitruste.
A FTC argumenta que a qualidade dos aplicativos piorou, especialmente com o aumento dos anúncios e o enfraquecimento da proteção à privacidade.
As alegações da FTC serão analisadas pelo juiz distrital dos EUA James Boasberg, em Washington.
Quem irá depor?
O julgamento contará com o depoimento de vários executivos, incluindo Zuckerberg e a ex-diretora de operações Sheryl Sandberg.
Deverão ser analisados centenas de e-mails e outras comunicações internas sobre a estratégia de crescimento da empresa nos últimos 15 anos, incluindo a justificativa de Zuckerberg para a compra do Instagram, citada na denúncia da FTC: “É melhor comprar do que competir”.
A linha de defesa da Meta
A Meta afirmou em nota estar “confiante de que as evidências mostrarão que as aquisições foram boas para a concorrência e para os consumidores”. A empresa também criticou a FTC por contestar os negócios mais de uma década depois.
A Meta deve argumentar que compete em um espaço muito mais amplo, com vários outros concorrentes. A empresa destacará que passou anos copiando recursos populares de outras plataformas, o que, segundo ela, comprova um esforço deliberado para atender às demandas dos usuários num mercado altamente competitivo.
Como o caso deve terminar?
Uma resolução definitiva sobre a Meta pode levar anos. O juiz distrital James Boasberg decidirá primeiro se a empresa violou a lei com suas aquisições. Caso conclua que sim, haverá uma segunda fase de audiências para definir como corrigir o mercado.