
O fundador da SpaceX, Elon Musk, anunciou neste sábado (15) que o megafoguete Starship fará seu primeiro voo rumo a Marte no final de 2026, levando a bordo o robô humanoide Optimus, da Tesla. Segundo ele, missões tripuladas podem se tornar realidade a partir de 2029.
"Starship partirá para Marte no final do próximo ano, levando o Optimus. Se estes pousos correrem bem, então os pousos com humanos podem começar em 2029, embora 2031 seja mais provável", escreveu Musk em sua rede social X (antigo Twitter).
Além de comandar a SpaceX, Musk também é CEO da Tesla, onde apresentou o Optimus no ano passado. Ele afirma que os robôs, que chegaram a ser demonstrados dançando no evento de lançamento, um dia poderão realizar tarefas domésticas e até oferecer companhia. O empresário espera que os humanoides sejam vendidos por valores entre US$ 20 mil e US$ 30 mil (cerca de R$ 114 mil a R$ 172 mil).
A Starship é peça-chave nos planos de Musk para a colonização de Marte. Com 123 metros de altura, o veículo é o maior e mais poderoso foguete já construído. A Nasa também pretende utilizar uma versão modificada da nave no programa Artemis, que busca levar astronautas de volta à Lua ainda nesta década.
No entanto, para que essas missões se concretizem, a SpaceX precisa comprovar que a nave Starship é segura para a tripulação e capaz de realizar reabastecimento em órbita, fator essencial para viagens espaciais de longa duração.
Foguete já teve oito lançamentos de teste
A SpaceX sofreu um revés este mês quando o voo de teste mais recente da Starship terminou em outra explosão, embora tenha conseguido recuperar com sucesso o SuperHeavy (o foguete que dá ré), utilizado como propulsor da primeira nave. Esta foi a terceira vez que a espaçonave retornou em uma descida controlada, utilizando os braços mecânicos instalados na torre de lançamento.
O teste do dia 6 de março teve um desfecho semelhante ao da tentativa anterior, em 16 de janeiro. Poucos minutos após a decolagem e a separação dos propulsores, imagens ao vivo mostraram a seção superior da nave caindo sem controle, até que a transmissão foi abruptamente interrompida.
Vídeos que circularam na internet mostraram uma chuva dos destroços da nave em chamas sobre as Bahamas.
Este foi o oitavo teste orbital não tripulado da SpaceX. Agora, de acordo com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês), a empresa terá que conduzir uma investigação antes de tentar um novo lançamento.
Porém, a proximidade de Musk com o ex-presidente Donald Trump e sua influência sobre órgãos reguladores levantam preocupações sobre possíveis conflitos de interesse. Durante o governo de Joe Biden, Musk entrou em atrito com a FAA, acusando a agência de impor regulações excessivas à SpaceX em questões de segurança e impacto ambiental.
Trump, que voltou à Casa Branca em janeiro, prometeu em seu discurso de posse que, sob seu governo, os "Estados Unidos fincarão sua bandeira em Marte".