Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) divulgaram pela primeira vez o crânio quase completo do Saturnalia tupiniquim, dinossauro de cerca de 230 milhões de anos e um dos mais antigos já conhecidos. Ele foi encontrado no sítio fossilífero Cerro da Alemoa, em Santa Maria. A espécie foi apelidada de “Gracinha”.
A novidade encerra uma discussão de 25 anos sobre a anatomia craniana do Saturnalia, levantada desde 1999 com base em fósseis parciais. Segundo especialistas, o crânio pequeno ajudava na captura rápida de presas.
Escavados em 2018, os fósseis passaram por um processo de limpeza e confirmaram também a presença de dentes serrilhados típicos de carnívoros. O trabalho foi conduzido ao longo da pesquisa de Mestrado em Biodiversidade Animal (UFSM) Lísie Damke.
Embora carnívoro e de pequeno porte, com aproximadamente 1,50 metros de comprimento, o animal pertence à linhagem que originou dinossauros gigantes herbívoros, destacando sua condição primitiva e ancestral.
O público pode conhecer mais sobre os fósseis no Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, em São João do Polêsine, aberto diariamente com visitação gratuita.
O trabalho teve orientação de Rodrigo Temp Müller, do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da Universidade Federal de Santa Maria. Também participaram do estudo os pesquisadores Dr. Max Cardoso Langer (USP) e Dr. Átila Augusto Stock Da-Rosa (UFSM). A pesquisa recebeu apoio do CNPq, INCT Paleovert, CAPES e FAPESP.