A operação policial que levou à prisão preventiva do influenciador digital e humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, no último domingo (14), aflorou a curiosidade de internautas sobre os motivos que levam pessoas públicas a criarem perfis reservas ou secundários nas redes sociais.
Segundo investigação da Polícia Civil, o influencer usava as mídias sociais para divulgar produtos de uma loja da qual era sócio, mas sem cumprir com as entregas. Um dos canais que ele usava para divulgar os itens era o perfil do Instagram, que saiu do ar na data da operação. Dias depois, uma conta secundária passou a fazer publicações em nome do influencer, inclusive com posts feitos em conjunto com a companheira de Nego Di, Gabriela Sousa.
O novo perfil não esclareceu se a conta foi desativada por ordem judicial. Zero Hora entrou em contato com a Meta, que informou que não se manifestará sobre o caso. O Ministério Público informou que a investigação - que levou à operação por lavagem de dinheiro - está em sigilo.
Sobre os perfis secundários
A criação de contas secundárias por famosos pode ser justificada por inúmeros motivos, conforme explica Rafael Coca, cofundador e CSO da Spark, empresa especializada em marketing de influência. Um dos principais seria a preocupação com a perda do perfil principal, o que poderia comprometer a visibilidade e influência online.
Karen Sica, consultora de redes sociais e professora da Escola de Comunicação, Artes e Design, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), pondera que muitas figuras públicas optam por separar a vida pessoal da profissional na internet. Dessa forma, aderem a diferentes perfis: um destinado a familiares e amigos, e outro para a audiência.
— Muitas vezes também as pessoas têm contas secundárias para experimentar algumas abordagens, para fazer testes de novas ideias, de produzir conteúdo sem arriscar a reputação da conta principal — pondera a professora.
Fatores que contribuem para a perda de perfil
Uma das principais penalidades do uso inadequado das plataformas é a suspenção de contas, sendo temporária ou definitiva, explica Coca.
— As plataformas têm e divulgam as suas diretrizes de uso, que devem ser seguidas qualquer seja o tamanho da conta. A principal penalidade é a suspensão da conta. Entretanto, existem casos em que isso pode acontecer vindo da esfera criminal, e não necessariamente pelo usuário infringir alguma diretriz — diz.
Entre os comportamentos considerados inadequados pelas plataformas de redes sociais estão: discurso de ódio, assédio e publicações que violam direitos autorais.
— Uma outra questão que pode fazer com que uma conta seja banida é quando ela tem muita denúncia por parte dos usuários. A parti daí, a plataforma pode optar em suspender temporariamente aquela conta para investigar o que está acontecendo com ela — contextualiza Karen.
O hackeamento de perfis também acarreta na perda de contas. Isso acontece quando um usuário não consegue reaver o perfil que foi invadido por um terceiro.