Apesar de não ter se confirmado como a maior dos últimos anos, como era previsto, a chuva de meteoros Tau-Herculídeas permitiu que a queda de um meteoro com 9,96 segundos fosse visualizada no Rio Grande do Sul. Conforme o Observatório Espacial Heller & Jung, este foi o fenômeno com maior duração no Estado em 2022.
O registro foi feito por duas câmeras, uma em Porto Alegre e outra em Taquara, na madrugada desta terça-feira (31). De acordo com o professor Carlos Jung, do observatório, o meteoro ingressou na atmosfera a uma altitude de 88,3 quilômetros, ao sul do Estado, e se extinguiu sobre o oceano.
A chuva de meteoros também foi vista em outros locais do Brasil. Em Goiânia, um dos observadores registrou cerca de 60 meteoros por hora, ou seja, um por minuto. Em Santa Catarina, de acordo com o portal G1, um meteoro explosivo passou pelo céu da região no início da madrugada, e, por lá, além desse, cerca de 30 outros meteoros foram registrados.
A Tau-Herculídeas é ocasionada por detritos do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3 (SW3), que está se despedaçando. Essa foi a primeira vez que o planeta interceptou a órbita dos detritos gerados pela fragmentação desse cometa, que começou em 1995.
Chuvas desse tipo são o resultado do grande fluxo de detritos que passam próximo da órbita de algum cometa ou asteroide e que entram na atmosfera terrestre.
Abaixo do esperado
Como essa foi a primeira vez que a Terra interceptou a órbita dos detritos gerados pela fragmentação do SW3, os resultados do fenômeno eram uma incógnita para os astrônomos, embora a expectativa fosse alta. Estudos estimavam em 10 mil ou até 100 mil meteoros por hora em condições ideais de observação.
No Rio Grande do Sul, era esperado que a chuva de meteoros Tau Herculídeas tivesse mais de 9 mil meteoros por hora no Rio Grande do Sul, segundo o professor Carlos Jung. Entretanto, a chuva observada durante a madrugada desta terça-feira, limitou-se a 100 meteoros por hora.
— Como foi uma simulação realizada em nível internacional, porque foi a primeira vez que ocorreu, pode nosso planeta não ter passado exatamente na trilha dos fragmentos — explica Jung.
Confira a transmissão: