Depois de quatro meses desde o lançamento do telescópio espacial James Webb, localizado a 1,5 milhão de quilômetro da Terra, a fase de alinhamento dos quatro instrumentos científicos do dispositivo com o espelho principal (6,5 metros de diâmetro) está finalmente completa. Com isso, a tecnologia será capaz de capturar imagens perfeitamente nítidas, o que auxiliará os pesquisadores a obter dados e informações sobre a origem do universo.
Para testar o funcionamento do dispositivo após a conclusão do alinhamento, os cientistas utilizaram o telescópio para a captura de imagens de uma parte da Grande Nuvem de Magalhães - uma galáxia anã satélite que orbita a Via Láctea. As fotos foram feitas partir de cada um dos instrumentos do telescópio, como os três processadores Nircam, Niriss e Miri, e o Nirspec, um espectógrafo utilizado para calibrações e aquisições de alvos.
A Nircam havia sido calibrada em abril. Na época, o James Webb conseguiu obter imagens da estrela 2MASS J1 7554042+6551277, além de registrar também algumas galáxias ao fundo. Todas as câmeras do dispositivo captam a radiação infravermelha, o que possibilita que haja o registro de corpos celestes que não seriam identificados pelo telescópio Hubble. Já a implantação do espelho principal ocorreu ainda no inicio de janeiro, duas semanas após o lançamento do telescópio, que deixou a Terra em 25 de dezembro.
Pierre-Olivier Lagage, gerente científico do Mirim na organização francesa de pesquisa científica CEA, comemorou o resultado das primeiras imagens de teste da Grande Nuvem de Magalhães. "Esta primeira imagem é magnífica, porque já temos a qualidade que procurávamos", escreveu. Pierre ainda acrescentou que tem a certeza de que com James Webb a ciência irá progredir a passos gigantescos.
Lee Feinberg, comandante dos componentes do telescópio James Webb no Goddard Space Flight da Nasa (agência espacial norte-americana), também se manifestou nas redes sociais. "Estas imagens de teste mostram o que pode ser alcançado entre pessoas de diferentes países e continentes quando há uma visão científica corajosa para explorar o universo", disse.
Em um comunicado, a Nasa explicou que cada instrumento do telescópio atingiu sua temperatura operacional e está pronto para ser usado. Com isso, a previsão é de que as primeiras observações científicas sejam realizadas em julho.
O telescópio James Webb, que custou 10 bilhões de dólares, concentra a esperança de astrônomos de todo o mundo, pois permitirá observar as primeiras galáxias, formadas cerca de 200 milhões de anos após o Big Bang.