Correção: a decolagem da sonda ocorreu às 6h34min pelo horário de Brasília, e não às 10h34min como publicado entre 7h23min e 9h30min. O texto já foi corrigido.
Lucy, a primeira missão da Nasa aos asteroides que orbitam Júpiter, decolou na manhã deste sábado (16) da Flórida, Estados Unidos, para uma jornada de 12 anos que buscará entender melhor a formação de nosso sistema solar. A partida do foguete Atlas V ocorreu às 9h34min no horário local (6h34min de Brasília) do Cabo Canaveral e foi transmitida ao vivo pelo YouTube (vejo no vídeo no final da matéria).
Cerca de uma hora após o lançamento, Lucy se separou do seu foguete. Primeira espaçonave movida a energia solar a se aventurar tão longe do Sol, ela carrega a bordo dois painéis solares, cada um com quase 7,3 metros de largura. Conforme postagens da Nasa no Twitter, ambos se desenrolaram com sucesso e começaram a carregar as baterias da sonda para alimentar seus subsistemas.
A missão observará mais asteroides do que qualquer outra espaçonave anterior - oito, ao todo. Cada um desses asteroides deve "oferecer uma parte da história de nosso sistema solar, de nossa história", disse Thomas Zurbuchen, diretor da divisão científica da agência espacial dos Estados Unidos, durante entrevista coletiva.
Lucy sobrevoará pela primeira vez um asteroide de cintura principal entre Marte e Júpiter por volta de 2025 antes de visitar sete asteroides de Troia, os dois últimos em 2033. Os asteroides de Troia são enxames de material rochoso que sobraram da formação de nosso sistema solar há 4,6 bilhões de anos. O mais largo tem cerca de 95 quilômetros de diâmetro.
A espaçonave se aproximará de alvos a uma distância entre 400 e 950 quilômetros, dependendo de seu tamanho, a cerca de 24 mil km/h.
A missão foi batizada de Lucy em referência ao fóssil de Australopithecus descoberto na Etiópia em 1974, que ajudou a esclarecer a origem da humanidade. A Nasa agora busca elucidar a evolução do sistema solar. A espaçonave carregará um diamante que medirá a luz infravermelha, o que lhe permitirá determinar a temperatura na superfície dos asteroides.
— Comparando essas medições à noite e durante o dia, podemos determinar se a superfície é feita de blocos de rocha, ou de poeira fina e areia — explicou Phil Christensen, chefe do instrumento científico L'TES, que contém o diamante. A rocha esfria menos rapidamente do que a areia à noite.
O custo da missão é de cerca de US $ 981 milhões.