Após negociações com o Facebook fracassarem, mais de 400 marcas promovem um boicote à rede social. De acordo com O Globo, anúncios de diversas empresas — incluindo a Coca-Cola e a Starbucks — devem desaparecer a partir da plataforma a partir desta quarta-feira (1)
As multinacionais foram convocadas por grupos de direitos civis dos Estados Unidos (EUA) a pressionarem o Facebook para que tomasse providências em relação ao discurso de ódio na rede social. De acordo com fontes que participaram das ligações, executivos da empresa não detalharam como abordariam essa questão. Eles teriam apenas apontado para comunicados recentes, frustrando anunciantes.
A campanha "Stop Hate for Profit" foi lançada por grupos de direitos civis dos EUA após o assassinato do cidadão negro George Floyd pelas mãos de um policial branco. Foram elaboradas 10 demandas ao Facebook, entre elas permitir que pessoas as quais sofreram assédio conversem com um funcionário da rede social.
Na terça-feira (30), o presidente da companhia, Mark Zuckerberg, concordou em se reunir com os organizadores do boicote. No início da semana, a plataforma informou que se submeteria a uma auditoria de controles de incitação ao ódio e acrescentaria planos para rotular conteúdo que violasse suas políticas. Contudo, uma fonte que participou do encontro na terça afirmou que executivos do Facebook apenas se referiram repetidamente à auditoria.
Para o Facebook, por enquanto o boicote não deve ter grande impacto financeiro. Em 2019, as cem principais marcas presentes na plataforma geraram 6% do total de US$ 70 bilhões em receita anual da rede, de acordo com uma pesquisa da Morningstar. A notícia do boicote acabou com US$ 56 bilhões do valor de mercado do Facebook, mas as ações se recuperaram 3% na terça-feira e estão sendo negociadas com alta de 8% no acumulado do ano.