Astrônomos do Instituto Max Planck para Pesquisa sobre o Sistema Solar, na Alemanha, descobriram um planeta com características semelhantes à Terra, orbitando a estrela Kepler-160, conhecida por ser muito parecida com o Sol. O chamado KOI-456.04 está localizado a uma distância aproximada de 3 mil anos-luz. Segundo o estudo, publicado no Astronomy & Astrophysics, trata-se de “mais do que outro mundo potencialmente habitável”, já que sua estrela emite uma luz “muito parecida com a que vemos na Terra”.
O planeta está localizado em um local que favorece a formação de água líquida em sua superfície, mas ainda não se sabe as propriedades de sua atmosfera. Não é, portanto, possível confirmar se este mundo é ideal ou não para a vida. A equipe de pesquisadores suspeita que seu sistema seja composto por quatro planetas.
Os dados apontam, com 85% de confiança, que se trata de um exoplaneta com cerca de duas vezes a massa da Terra, recebendo de sua estrela 93% da energia que nosso planeta recebe do Sol e com período orbital de 378 dias. Isso o coloca em uma posição quase idêntica à da Terra na “zona habitável” de sua estrela, a região do espaço onde a água pode existir em forma líquida, uma das condições para a vida como a conhecemos.
“KOI-456.04 é relativamente grande comparado a muitos outros planetas que são considerados potencialmente habitáveis. Mas é a combinação de seu tamanho, pouco menos que o dobro do da Terra, e sua estrela similar ao Sol que o tornam tão especial e familiar”, afirma René Heller, cientista do Instituto Max Planck para Pesquisa sobre o Sistema Solar e autor principal do estudo.
A estrela Kepler-160 tem 1,1 vez o tamanho de nosso Sol, temperatura na superfície de 5,2 mil graus (apenas 300 graus menor que a do Sol) e emite energia na forma de luz visível, ao contrário das anãs vermelhas, que comumente abrigam exoplanetas, mas emitem luz infravermelha.
Grande parte dos exoplanetas com condições favoráveis à vida humana são iluminados por estrelas anãs vermelhas, conhecidas por explosões capazes de tornar esses mundos inabitáveis — o que não se aplica ao caso do recém-descoberto KOI-456.04.
A equipe, composta por pesquisadores norte-americanos e alemães, analisou dados de observações passadas de Kepler-160b usando uma nova técnica e descobriu mais dois exoplanetas.
Apesar de todas as informações descobertas, o instituto alerta mais observações são necessárias para confirmar as características de KOI-456.04, já que o exoplaneta pode ser apenas um erro estatístico, considerando que existe chance de que este corpo celeste não seja de fato um planeta.