Por Paulo Renato Ardenghi Rizzardi
Diretor de Inovação de Porto Alegre
Porto Alegre tem potencial para ser uma das cidades mais inovadoras do mundo. Calma, não me julgue até ler a última linha. Também, se você me achar um louco ou um ingênuo, eu não vou te julgar. Afinal, a inovação acontece com doses controladas de loucura e otimismo.
Porém, tenho motivos de sobra para acreditar que já estamos no início da curva exponencial que transformará nossas vidas na cidade de Porto Alegre. E não estou falando de um grupo privilegiado de empreendedores criativos, capitalizados e com privilégios. Estou acreditando que a vida em Porto Alegre vai melhorar da Restinga ao Rio Branco, do IAPI ao Cristal. Mesmo que isso pareça distante, seguem algumas constatações.
Porto Alegre possui universidades de ponta, parques tecnológicos com um potencial imenso. Em outras palavras, estamos muito próximos de aproximar o conhecimento científico de projetos de impacto que realmente melhorem a vida das pessoas nas cidades. Não que isso já não ocorra, mas com a aliança de PUCRS, UFRGS e Unisinos e demais instituições de ensino no Pacto Alegre, isso vai ocorrer em uma escala muito maior.
Há menos de um mês foram aprovados pelo Pacto 24 projetos inovadores com capacidade incrível de transformação. Para quem ainda não ouviu falar ou não sabe o que é o Pacto Alegre, estou falando de 83 instituições, dentre elas as universidades, a prefeitura, a Câmara de Vereadores, a iniciativa privada e sociedade civil, que, juntas, pactuaram uma visão em comum para o futuro de Porto Alegre.
Desses projetos, eu destacaria duas áreas: educação transformadora e ambiente de negócios. Na educação, o movimento de desconforto com o atual cenário e a inquietude estão expostos. Tanto nas escolas privadas quanto nas públicas o dilema acerca do futuro já derrubou a porta das escolas sem pedir licença. Em Porto Alegre, assistimos ao brotar das primeiras escolas públicas não estatais, com destaque para a Lumiar. Parcerias com a Fundação Iberê Camargo, a instalação de quatro laboratórios de inovação de ponta em escolas públicas na Restinga, no Passo das Pedras etc.
No ambiente de negócios, startups não param de surgir, assim como novos espaços para inovação. Fábrica do Futuro, Nau e a Rede Global WeWork desembarcaram em Porto Alegre enxergando o mesmo. No Quarto Distrito, todos os dias surge um novo empreendedor desbravando as ruas da velha região industrial. Eduardo e a vanguarda do Agulha, Marcelo Schambeck e a identidade do restaurante Capincho, Black Sheep Project e o BS Festival, a ADVB/RS e o Festival da Transformação, Inovation Week, POA Inquieta, Rede Global de Empreendedores e tantos movimentos que apontam na direção da cidade do futuro.
Estou ciente dos riscos dessa afirmação, porém, não me furto de fazê-la. Permito-me pensar exponencialmente, como propõe Peter Diamandis em A Teoria da Abundância. O motivo da minha convicção é parte racional e parte intuitivo. Acredito que pode dar certo. Não confunda as coisas. Não estou afirmando que não temos inúmeros problemas para superar. Te convido também a acreditar. Aliás, ouso afirmar que não existe mudança se você não inovar e acreditar. Por isso te convido a inovar. Inovar é acreditar que pode dar certo.
