O Senado francês aprovou na madrugada desta quarta-feira (22), horário de Paris, em primeira votação, o estabelecimento de um imposto sobre os gigantes da internet, o que poderá converter a França em um dos países pioneiros na matéria.
A Câmara Alta do Parlamento, dominada pelos conservadores, apoiou o primeiro artigo do projeto de lei apresentado pelo ministro da Economia, Bruno Le Maire, que estabelece o "imposto GAFA", acrônimo que engloba Google, Amazon, Facebook e Apple.
O GAFA já havia sido aprovado no mês passado pela Assembleia Nacional. O imposto é inspirado em um projeto europeu que não prosperou devido a objeções de Irlanda, Suécia, Dinamarca e Finlândia.
Para Le Maire, esta solução unilateral deve servir de base nas negociações internacionais enquanto se aguarda a conclusão de uma série de trabalhos da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
O ministro se comprometeu a "retirar (a lei) imediatamente após um consenso a nível da OCDE". O novo imposto se concentrará nas atividades digitais que "criam valor graças aos internautas franceses" e visa empresas com um volume de negócios digitais superior a 750 milhões de euros no mundo ou 25 milhões na França.
A ideia é taxar em 3% o volume de negócios realizado na França com publicidade online dirigida e venda de dados com objetivos publicitários. O imposto deverá atingir cerca de 30 empresas, como Amazon, Airbnb, Instagram e Meetic, representando uma contribuição de 400 milhões de euros em 2019 e 650 milhões em 2020.