No dia em que o Facebook foi notícia mundial por conta das revelações sobre como compartilhou dados privados de seus usuários com empresas como Netflix, Spotify e Microsoft, o império de Mark Zuckerberg recebeu outro abalo em suas estruturas.
O procurador-geral do Distrito de Columbia, Karl Racine, entrou com um processo nesta quarta-feira contra a companhia por permitir que a consultoria Cambridge Analytica recebesse informações dos internautas.
Trata-se de uma tentativa de penalizar o Facebook pela sua relação com a consultoria, que obteve e fez mal uso dos dados de 87 milhões de usuários para influenciar a eleição presidencial americana de 2016 pró-Donald Trump. Estima-se que o processo seja o início de multas e outras punições legais que a empresa de tecnologia venha a enfrentar.
O caso já estava sendo investigado pela Comissão Federal de Comércio, pelo Departamento de Justiça e pela SEC, órgão que regula os mercados nos EUA.
Trata-se de outro escândalo, diferente do que veio à tona nesta quarta-feira. À época, a denúncia foi feita por dois jornais, The York Times e The Guardian. Christopher Wylie, ex-diretor de pesquisa na Cambridge Analytica, revelou que a empresa usou os dados para criar perfis dos usuários da rede social e direcionar mensagens que apelassem para os "medos e esperanças" dessas pessoas.
A Cambridge Analytica, que deixou de funcionar em maio deste ano, foi comandada por Steve Bannon, que foi também estrategista da campanha de Trump.