No evento apresentado por Tim Cook nesta segunda, a Apple apresentou todos os detalhes sobre a sua mais nova aposta para revolucionar o mundo da tecnologia: o Apple Watch, um relógio inteligente. Sabemos que o pequeno dispositivo vai permitir pagamentos eletrônicos, acesso remoto a aparelhos distantes e ligações telefônicas. Mas ficou uma dúvida: daqui a alguns anos, vamos ver pessoas andando por aí com relógios inteligentes atados ao pulso ou o badulaque vai ficar restrito aos geeks, como o Google Glass?
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- Eu não tenho dúvidas de que o Apple Watch vai entrar no mercado dos relógios como o iPhone entrou no dos celulares. A primeira versão normalmente é mesmo para os early adopters (pioneiros na adoção de uma tecnologia), para os geeks, mas depois o preço tende a diminuir e as funcionalidades aumentam. Daí, eu acho que o produto se dissemina e se torna popular - avalia Cícero Rolim, sócio da Aerolito, braço tecnológico da Perestroika.
Um pouco menos otimista, mas fazendo coro à ideia de que produtos tecnológicos são lançados quase em versão beta, para depois serem aprimorados e transformarem-se (ou não) em fenômenos de mercado, o colunista Mario Aguilar, do site Gizmodo, escreveu um artigo chamado "A melhor razão para ainda não comprar um Apple Watch". No texto, ele lembra que produtos revolucionários, como o iPhone, o iPad e o MacBook Air, tinham "versões 1.0 que eram umas drogas". "O Apple Watch até pode chegar lá um dia, mas definitivamente ainda não é um produto impressionante", diz o texto.
Uma das graças do Apple Watch é poder mudar o tipo de mostrador de horas
- A Apple tem uma base de fãs que compra qualquer coisa que eles lancem. De cara, vai ter quem compre, e não vai ser pouca gente. Mas a longo prazo eu não tenho coragem de arriscar. Ainda é uma coisa muito geek, é difícil convencer alguém no Brasil a gastar R$ 800 em um smartwatch, e o Apple Watch vai ser bem mais caro do que isso (nos EUA, a versão mais barata sai por US$ 349, um pouco mais do que R$ 1 mil) - avalia Rodrigo Ghedin, do site Manual do Usuário, especializado em gadgets.
Entre quem teve a oportunidade de mexer na traquitana, as reações não chegam a ser muito entusiasmadas. Dieter Bohn, do site The Verge, disse que "não há nada de muito inovador" no Apple Watch, e descreveu o produto como "surpreendente e chato ao mesmo tempo". Já na Wired, Brian Barrett avaliou que ainda faltam "usos que sejam verdadeiramente únicos" para que o Apple Watch se destaque. Pouca empolgação, portanto.