
Provavelmente são poucas as pessoas que sabem que Porto Alegre tem instalada uma tecnologia de remoção de gás carbônico da atmosfera - principal causa do efeito estufa e, consequentemente, das mudanças climáticas. Chamado de Captura Direta de Ar (DAC, em inglês), o equipamento é o primeiro da América Latina e foi adquirido por meio de uma parceria entre o Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUCRS com a Repsol Sinopec Brasil.
Instalado na PUCRS e ainda em escala experimental, o DAC ocupa cerca de 800 metros quadrados e tem capacidade nominal de remoção de cerca de 300 toneladas de CO2por ano – equivalente a até 42 campos de futebol reflorestados. Segundo o diretor do IPR, Felipe Dalla Vecchia, as 27 unidades DAC implementadas no mundo ainda estão em desenvolvimento e não operam em escala industrial, exigindo investimento em produção para ampliar seu uso.
– O objetivo é implementar essa tecnologia em larga escala no Brasil. O DAC tem potencial para reduzir significativamente a concentração de CO2 da atmosfera, contribuindo na mitigação de mudanças climáticas – assegura o diretor.
Protagonismo da inovação gaúcha
A PUCRS conta com diversos projetos que têm como foco gerar benefícios à sociedade como um todo, unindo empresas públicas e privadas e centros de pesquisa e startups. Dalla Vecchia conta que, no caso do DAC, a ideia da aquisição do equipamento surgiu a partir de uma demanda apresentada pela empresa parceira.
O estudo, inédito na América Latina, demandou a importação do equipamento da Alemanha. As características buscadas incluíram uma plataforma flexível para o desenvolvimento e teste de soluções nacionais, a partir do conceito de inovação aberta.
Professora da Escola de Negócios da PUCRS, Gabriela Ferreira reforça, ainda, que o conhecimento sobre crise climática é o primeiro ponto para trabalhar a resiliência. A partir disso, soluções inovadoras são estruturadas, como o asfalto permeável – para criar cidades-esponjas – e a geração de energias solar e eólica em substituição às de origem fóssil.
– Temos que somar esforços. O planeta está sob ameaça de apocalipse climático e precisamos criar soluções adaptadas à nossa realidade – avalia Gabriela.
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