O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) prendeu um ex-policial civil condenado a 20 anos de prisão por homicídio, corrupção, concussão e destruição de cadáver. A captura ocorreu nesta sexta-feira (18), em Gravataí. O mandado de prisão foi expedido na última quarta (16), após pedido do MP.
O Ministério Público não informou o nome do preso, mas a reportagem apurou que se trata de Roberto Santos Mendes, 53 anos, condenado em 2019. A defesa dele pleiteia novo julgamento e diz que o cliente é inocente (veja abaixo a nota na íntegra).
O pedido de prisão se embasou em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou a execução da pena imediatamente após condenações pelo júri. Antes disso, o condenado podia responder em liberdade até se encerrarem todos os recursos, exceto nos casos em que se entendia que, por precaução, o réu deveria ser preso imediatamente.
Com a mudança na jurisprudência, o MP pediu a prisão do ex-policial, que começa a cumprir a pena por crimes que teriam ocorrido entre 2000 e 2001, quando ele trabalhava na 3ª Delegacia de Polícia de Canoas.
Os crimes
Segundo a denúncia do MP, o réu e outros envolvidos teriam extorquido dinheiro e veículos de um apenado e da família dele. Em troca dos valores, teriam prometido não prender o homem, que estava foragido. Além disso, os policiais devolveriam bens que haviam sido apreendidos.
Conforme o MP, em 2001 o ex-policial e outros réus teriam assassinado o foragido e outro homem em Gravataí. O homem que vinha sendo extorquido foi carbonizado dentro de um carro e o outro foi morto com um tiro no pescoço. Os corpos teriam sido queimados para ocultar o crime.
O que diz a defesa
Os advogados Daniel Achutti, Fernanda Osorio e Fernando Nerung, que representam Roberto Santos Mendes, encaminharam nota. Confira na íntegra:
"A defesa do Sr. Roberto considera a prisão desnecessária e desarrazoada, e está trabalhando para revertê-la. Seguimos convictos da inocência do Sr. Roberto e confiantes de que será submetido a um novo julgamento em liberdade, como esteve desde o início do processo."