Em entrevista na manhã desta quarta-feira (16) ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, a delegada Graziela Zinelli, plantonista da Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, falou sobre o caso da mulher de 42 anos suspeita de matar uma grávida para roubar o bebê, no bairro Mario Quintana, em Porto Alegre.
A mulher, identificada como Joseane de Oliveira Jardim, foi presa ainda na noite de terça-feira, após buscar atendimento em um hospital da Capital.
De acordo com a delegada, a suspeita já planejava o crime há pelo menos dois meses. Ela teria, inclusive, mentido para os familiares e conhecidos sobre uma falsa gravidez:
— Desde agosto, ela criou uma gestação falsa, tanto para o companheiro dela, como para a família, para os vizinhos. Ela planejou tudo, ela criou essa situação da falsa gestação. Ela mandava fotos de uma barriga falsa para os familiares, para o marido, mandava até falsas ecografias pra ele.
Veja a entrevista na íntegra
Quanto a uma possível participação de outra pessoa no crime, a delegada diz que a investigação segue em andamento e que nenhuma hipótese está descartada.
O marido, ouvido pela polícia, em um primeiro momento não parece ter ligação com o crime. No entanto, a delegada não acredita que a mulher tenha agido sozinha:
— É pouco factível que tenha feito isso sem a ajuda de alguém — afirmou.
O bebê acabou não resistindo. Segundo Graziela, a gestação da vítima — Paula Janaina Ferreira Melo, 25 anos — estaria completando nove meses nesta semana, então o feto seria viável. Também não foram constatados sinais de violência externa.
— Ele tinha ali, de acordo com os documentos do hospital, 2,1kg e 46cm. O que se presume neste momento é que ela tenha atentado contra a vida da vítima de modo que o feto ficou sem suprimento alimentar. Que ela teria demorado para fazer a incisão e retirar o bebê e ele acabou vindo a óbito em decorrência dessa falta de suprimento da placenta, porque ele não tem sinais externos de violência — disse.
Agora o caso ficará sob investigação da 5ª Delegacia de Polícia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil.