A família de Gabriel Oliveira Netto, 28 anos, que morreu na queda de um elevador de carga em Capão da Canoa, no Litoral Norte, há mais de duas semanas, tenta negociar uma indenização junto à empresa PV Incorporadora, responsável pelo prédio onde a vítima trabalhava. O operário de Cruz Alta, no noroeste gaúcho, deixou uma filha de cinco meses.
Depois de ficar sem respostas da construtora a respeito de auxílio, familiares agora estão em contato com a empresa por meio de advogados. Segundo o representante da família, o advogado Eduardo Barbosa, as conversas com a PV Incorporadora estão sendo mais frequentes nos últimos dias:
— Depois de um momento de inércia, a empresa resolveu compor. O advogado entrou em contato comigo e estamos elaborando uma composição amigável de acordo para indenizar principalmente a filha dele, que tem meses de vida.
A construtora arcou com os custos do funeral de Gabriel, o que é previsto em lei. Agora, os representantes jurídicos dos dois lados articulam um acordo indenizatório, que deve ser finalizado ainda nessa semana.
— Acredito que vamos conseguir compor isso de uma maneira consensual para finalizar esse assunto tão trágico para a família - complementa o advogado.
GZH procurou a PV Incorporadora, responsável pelo prédio, mas a empresa não se manifestou até a publicação deste texto.
Investigação
O caso é apurado pela Polícia Civil de Capão da Canoa e é tratado inicialmente como acidente de trabalho. A investigação aguarda a chegada de documentos, que já foram solicitados para a empresa, e a finalização do laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP). O inquérito está avançado e deve ser finalizado nas próximas semanas.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a vítima não possuía treinamento e capacitação para operar o elevador de carga. Ainda segundo o MTE, a principal hipótese para a queda do elevador é uma falha na estrutura de fixação do equipamento ao prédio em obras.