A 18ª Delegacia de Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (13), sete suspeitos de envolvimento no golpe do envelope vazio. O grupo é investigado por pelo menos 28 ocorrências em todo o Rio Grande do Sul. Dois dos sete presos na ação já estavam no sistema prisional e, mesmo assim, seguiam aplicando os golpes.
Como funciona o golpe
- Os criminosos usam perfis fakes em redes sociais e plataformas de venda e negociam a compra de produtos.
- O golpista vai até uma agência bancária e deposita um envelope, que na verdade está vazio.
- Depois, encaminha o comprovante de depósito após o horário bancário, com a desculpa que o valor só seria compensado no dia seguinte.
- Achando que receberia o valor, a vítima então entrega os produtos. Nos casos investigados eram sempre materiais de alto valor, como câmaras frias, balcões refrigerados, trailer e até barco.
- Depois da entrega, os perfis eram excluídos e as vítimas nunca recebiam nada pela venda.
A estimativa da polícia é de que o grupo tenha lucrado pelo menos R$ 160 mil com os golpes. Segundo a investigação, as vítimas que entravam em contato para cobrar, passavam a receber ameaças dos golpistas.
— A pessoa não recebia o dinheiro e retornava a ligar. Muitas vezes caia em presídios e eles não se importavam em atender. Em muitos golpes a pessoa não atende, mas nesse caso não. Eles ameaçavam, mandavam fotos de armas dizendo que se a vítima fosse na polícia seria pior — disse o delegado Cleiton Silvestre Munhoz de Freitas.
Segundo Cleiton, companheiras de presos levavam os envelopes vazios e buscavam os produtos que teriam sido comprados. Depois, conforme a investigação, este material era anunciado e vendido pelos criminosos nas mesmas plataformas.
A investigação se iniciou a partir de uma ocorrência envolvendo moradores do bairro Passo das Pedras, em Porto Alegre. Durante o inquérito, outros casos foram sendo descobertos, em diversas cidades do Estado. O policial não descarta que outras vítimas possam surgir e afirma que a apuração segue para conseguir recuperar os pertences. Os nomes dos presos nesta quarta-feira não foram divulgados.
A orientação dos policiais para que as pessoas não sejam vítimas deste golpe é de que as pessoas priorizem pagamento à vista, em espécie ou com depósito instantâneo.