
Um cão de estimação que supostamente havia morrido durante o banho em uma pet shop de Bagé, na Região da Campanha, reapareceu na casa da família na última terça-feira (28). Uma mulher procurou os tutores dizendo que havia encontrado o yorkshire Flash, de 13 anos, na rua e os localizado pela coleira do cachorro.
O que poderia ser um caso de reencontro de animal perdido se tornou um mistério na cidade. Isso porque, dias antes, a família diz que havia recebido uma caixa com o que supostamente seriam os restos mortais do cão.
— Ela (dona da pet) apareceu às 20h30min com um embrulho, assim, só que nesse embrulho não era ele, entendeu? Eu já estava desconfiado, porque minha mãe pediu a coleirinha dele e ela disse que foi junto com ele no embrulho. A minha mãe levou pra nossa estância, chegou lá e enterrou — disse Augusto Xavier, filho da dona do cachorro.
O que o tutor diz que aconteceu
Conforme Augusto, Flash foi deixado na pet shop no dia 17 de novembro, pois a família ia viajar para Porto Alegre. Quando retornou a Bagé, no dia 24 de novembro, ele foi buscar o animal, mas a dona da pet teria dito que ele estava no banho e "ainda não estava pronto". Depois, informou que Flash havia sofrido um infarto durante o temporal e morrido, e levou a caixa com os "restos mortais" depois de muita insistência da mãe de Augusto.
A caixa foi enterrada em uma estância da família, que fica no interior de Bagé. Mas, desconfiada de que o cachorro não estava na caixa, a mãe de Augusto pediu para que um funcionário abrisse a cova.
— E não estava o animal, estavam vísceras de cirurgias de animais, útero, cordões, panos de cirurgia, pedras, madeiras, tudo atado no cobertor que era dele. Aí começaram a colocar foto dele na internet e uma moça ligou pra minha mãe de noite, dizendo que havia encontrado ele — recordou Augusto.
A mãe dele então foi até a casa e confirmou que era o Flash. O cão estava bem e sem nenhum sinal de maus-tratos.
— Quando a mãe chegou lá, já veio pulando pro colo dela, chorando, pedindo carinho. Realmente era ele e a gente trouxe pra casa.
Polícia Civil vai investigar
A partir do registro de ocorrência, a 2ª Delegacia de Polícia de Bagé abriu um inquérito para investigar o caso. Segundo o delegado Caio Imamura, como não há indícios de algum crime ambiental, será apurado se houve algum tipo de fraude à família.
— Não há nenhuma lesão, sinal de maus-tratos. O que pode ter acontecido é o cachorro ter fugido — explicou o delegado.
Ainda nesta sexta-feira (1), a Polícia Civil aguarda os tutores para prestarem um novo depoimento. Os agentes ainda esperam ouvir a dona da pet shop e a mulher que encontrou o cão perdido.