A polícia apontou que quatro pessoas são responsáveis pela morte de Rayan Valentim Tomaz, bebê de um ano e 11 meses morto durante tiroteio no bairro Lomba do Pinheiro, zona leste de Porto Alegre, em agosto do ano passado. Eles responderão pelo crime de homicídio doloso. Os resultados do inquérito, concluído no final de dezembro, foram divulgados nesta terça-feira (10).
Entre os indiciados, estão o mandante do crime, de 27 anos, os dois executores, de 19 anos, e uma mulher, de 25 anos, que teria atuado como intermediária. Segundo a delegada Isadora Galian, o responsável por ordenar o ataque já estava recolhido no sistema prisional e é um dos líderes de uma facção criminosa que atua na Zona Leste. Ele teria passado para a namorada a ordem de matar o pai do bebê. Ela, por sua vez, mandou que dois jovens, também membros da facção, realizassem a execução.
— No dia seguinte ao crime, a polícia apreendeu armas que foram utilizadas no ataque e que pertenciam a um dos executores. Nessa ação, apreendemos também aparelhos celulares. Foi então que identificamos a presença da intermediária e do seu namorado, que foi o mandante — afirma.
Além do mandante, apenas um dos executores está preso. Segundo Galian, os outros dois envolvidos tiveram o pedido de prisão preventiva negado pela Justiça. O outro mandante chegou a ter prisão decretada em outubro por outro crime, mas não se apresentou e está foragido.
Já o pai de Rayan foi detido no dia do crime, depois que a Brigada Militar (BM) flagrou a presença de drogas e balanças de precisão na residência. Apesar disso, negou à polícia ter envolvimento com o tráfico de drogas.
Galian afirma que ele havia se mudado para o bairro há uma semana e vinha recebendo ameaças para deixar o local. Apesar dele ser o procurado, o entendimento é de que não houve erro na execução.
— O pai comentou que os atiradores olharam para o bebê antes de atirar. Ele era o alvo, mas, na hora do ataque, eles sabiam que estavam mirando no filho — destaca.
O inquérito foi remetido à Justiça. O Ministério Público também já apresentou denúncia.
Relembre o caso
O crime ocorreu por volta das 16h30min do dia 8 de agosto na rua Samambaia. Moradores acionaram a Brigada Militar após ouvirem sons de tiros.
Segundo a polícia, os atiradores entraram na residência e efetuaram diversos disparos de pistola calibre 380. Um deles atingiu o menino. Inicialmente, a polícia trabalhava com a hipótese dele ter sido baleado no peito. No entanto, um novo laudo da perícia apontou que a bala acertou as costas de Rayan. O pai dele não ficou ferido.