Com base em informações sobre um possível plano de resgate de líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) presos nas penitenciárias federais de Brasília e de Porto Velho (RO), a Polícia Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) deflagraram nesta quarta-feira (10) a Operação Anjos da Guarda.
A ação para frustrar o plano de resgate contou com a participação de 80 policiais federais, que cumprem 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal; em duas cidades do Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas); e em três municípios paulistas (São Paulo, Santos e Presidente Prudente).
Segundo a PF, o plano contava com uma rede de comunicação estabelecida com advogados, que extrapolavam suas atividades legais ao transmitir tanto as cobranças dos custodiados quanto o retorno de mensagens dos criminosos envolvidos no resgate.
De acordo com o G1, entre os alvos da operação está a esposa do traficante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Policiais cumpriram mandado de busca contra Cynthia Giglioli da Silva em uma casa em Alphaville, na capital paulista. Em março deste ano, o criminoso havia sido transferido da Penitenciária Federal de Brasília, onde estava preso desde 2019, para a Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.
Além da tentativa de resgate dos presos, o grupo estaria planejando outras ações, incluindo até mesmo o sequestro de autoridades, na tentativa de viabilizar a soltura de criminosos.
— Para organizar as atividades ilícitas, os investigados se valiam dos atendimentos e das visitas em parlatório, usando como códigos para a comunicação situações jurídicas que, comprovadamente, não existiam de fato — informaram os investigadores.
O Departamento Penitenciário Nacional revelou por meio de nota que os presos envolvidos ingressaram nos presídios federais em fevereiro de 2019, "justamente em decorrência da descoberta, pelas autoridades do estado de São Paulo, de plano de fuga que, à época, já estava em articulação por tais líderes, então custodiados na Penitenciária Estadual de Presidente Venceslau II".
E que as ações de inteligência do Departamento Penitenciário Nacional detectaram que as tratativas persistiram mesmo após o ingresso no SPF. Além disso, que o Depen passou a compartilhar informações com a Polícia Federal. Segundo o órgão, "foi possível a compilação de elementos de prova suficientes para a identificação e agora a interrupção das ações criminosas".