A permanência de 12 líderes de facções criminosas na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) será decidida nos próximos dias pela Justiça. A transferência deles para a Pasc, para tentar conter uma onda de violência que matou pelo menos 25 pessoas, foi feita com base em decisão liminar. Agora, a partir de manifestações do Ministério Público (MP) e dos advogados dos criminosos, o juiz Alexandre Pacheco decidirá o destino de cada um.
Será feita uma análise individual sobre a conveniência de mantê-los ou não na Pasc. Foram levados para a prisão em Charqueadas em 13 de abril, durante a Operação Fatura, Fabiano Barbosa dos Santos (Garotinho), Jeison da Silva de Freitas, (MK), Rodrigo Afonso Bandeira dos Santos (Debi ou Rodrigo das Correntes), André Vilmar Azevedo de Souza (Nego André), Edinilson Silva dos Santos (Nito), Marlon de Abreu Azevedo (Milico ou Marlon da V7), Marcos Vinicius Pereira Duarte (Nego Vini), Luan da Silva Chaves (Luan), Rafael Telles da Silva (Sapo) e Anderson Souza Gambini (Gambini).
Juntos, os nove ainda têm pena a cumprir somam 230 anos de condenações. Na terça-feira (26), GZH entrou na Pasc para conhecer a rotina dos presos e do estabelecimento.
As transferências haviam sido solicitadas com urgência pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil visando a isolar os suspeitos apontados como responsáveis por determinar a execução de crimes de dentro das cadeias. O juiz, que atua na Central de Transferência de Presos, um projeto implantado pelo Judiciário em 2018, autorizou liminarmente as remoções.
— A decisão foi proferida em caráter liminar, sujeita a recurso. Ao final do procedimento, será proferida decisão confirmando ou não a liminar. A Central de Transferência não examina o mérito da investigação, mas a conveniência ou não da transferência, que, ainda que deferida, pode ser revista a qualquer tempo — explicou o magistrado.
Segundo Pacheco, a definição deve sair em breve "dada a urgência do procedimento".
Depois de passar 10 dias no isolamento covid-19 da Pasc, que funciona nas celas da triagem, 10 dos 12 transferidos foram colocados em galerias com celas individuais. Dois alegaram incompatibilidade com grupos criminosos instalados nas galerias e optaram por ficar na triagem, mas essa situação não pode se prolongar, segundo a Justiça.
