
Em uma investigação de dois meses, a Polícia Civil identificou 15 traficantes que atuariam para uma organização criminosa, com base em Canoas, na venda de entorpecentes em toda a Região Metropolitana. Na manhã desta quinta-feira (24), cerca de cem agentes prenderam 12 suspeitos em Canoas e em Osório, no Litoral Norte, além de cumprirem 18 mandados de busca.
Segundo a polícia, o grupo atuava basicamente com telentrega, e todas as negociações eram feitas via aplicativos ou redes sociais
Um dos presos pela manhã já havia sido detido em abril deste ano pela 4ª Delegacia de Canoas, responsável pela ofensiva. Um mês depois, contudo, ele saiu do regime fechado e aguardava para usar tornozeleira eletrônica.
Três dos traficantes da cidade — detidos nesta quinta-feira — têm ligação com o Litoral Norte e, conforme a investigação, também estariam se articulando para vender drogas na região no próximo verão. A delegada Tatiana Bastos, que comanda a ação, diz que foram feitos monitoramento e análise de material nos últimos dois meses para comprovar a atuação do grupo na venda de maconha, cocaína, ecstasy e LSD.
Telentrega de drogas
Durante a pandemia, o grupo passou a fazer todas as negociações entre eles e fornecedores, distribuidores e consumidores de forma online e remota, via grupos de WhatsApp. Além disso, só atuava com telentrega.
Tatiana revela ainda que um dos suspeitos detidos durante a investigação criou uma página virtual, em uma rede social, para fazer ofertas de drogas, mas também ostentava dinheiro obtido com o crime.

— Tivemos o apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários nas ações porque descobrimos que estes detidos ofertavam as drogas a partir de ordens dadas da Penitenciária Modulada de Osório, onde cumprimos hoje (quinta-feira) mandados judiciais — detalha.
O titular da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza, diz que parte do trabalho vai focar no montante de drogas negociadas por dia pelos traficantes, bem como na identificação dos fornecedores e distribuidores. Segundo ele, os identificados nesta operação eram os responsáveis pelas negociações de forma online e alguns ainda pela telentrega, após os entorpecentes serem repassados para suspeitos que agilizavam o repasse aos consumidores.
— Postavam diuturnamente imagens de drogas, oferecendo por vezes como em um leilão e fazendo propaganda da droga. Muitas postagens de presidiários e isso nos chamou a atenção, o uso maciço de aplicativos de mensagens para otimizar a organização deles, mas também a compra e a venda dos entorpecentes — explica Souza.
Como a investigação continua, os nomes dos presos não foram divulgados. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, relógios, dinheiro e drogas.
