O terceiro dia consecutivo de depoimentos no processo sobre a morte do menino Rafael Mateus Winques, 11 anos, em Planalto, no norte do RS, é marcado pelo relato dos delegados que estiveram à frente da investigação. O primeiro a ser questionado, na tarde desta sexta-feira (11), foi o delegado Ercílio Carletti, titular da delegacia do município, primeiro policial a investigar o caso enquanto ainda era um desaparecimento e descobrir que, na verdade, se tratava de um homicídio.
Carletti, perguntado pela promotoria, sugeriu o que acredita ser a motivação do crime:
— Ela (mãe do menino, ré pelo crime) me falou que o Rafael tava faltando com a disciplina, organização. Ela era extremamente organizada, rígida com a criação dos meninos.
O policial ainda disse que "certeza absoluta" que a mãe do menino, Alexandra Dougokenski, "assassinou o filho". Carletti ainda assegurou que investigou outras pessoas próximas de Alexandra, apontadas por ela, mas nenhuma outra pessoa teve relação com o caso. A defesa alega que se trata de homicídio culposo, sem intenção.
O depoimento também trouxe à tona o assunto do suicídio do pai do irmão de Rafael, José Dougokenski, que a família dele insiste em ser reaberto para investigação por suspeitar que ele tenha sido morto por Alexandra. Carletti confirmou que acessou o inquérito durante a investigação do caso Rafael.
— O pai do Anderson foi vítima de suicídio em 2007. Uma corda idêntica a que foi usada para matar Rafael, de varal, só de outra cor. Os laudos diziam que foi por enforcamento — pontuou.
Ainda é aguardado o depoimento do delegado Eibert Moreira Neto, diretor da área de homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil, e de uma servidora do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Testemunhas voltaram a depor nesta semana. Na quinta (10), foram ouvidas pessoas próximas da convivência do garoto, como o ex-namorado Delair de Souza e o vizinho Carlos Eduardo da Silva. Na quarta (9), o pai do menino, Rodrigo Winques, também prestou depoimento.
A juíza do caso, Marilene Parizotto Campagnam disse a GZH que a intenção é que possa decidir se fará sentença de pronúncia da ré (quando o juiz confirma que o acusado pode ser culpado e leva o caso ao júri) já nos primeiros meses de 2021.
Os próximos depoimentos marcados
14 de dezembro, às 13h15:
- Roberto Pontes dos Santos (Médico Legista)
- Bábara Zaffari Cavedon (perita do IGP)
- Roberta Brambila (testemunha de defesa)
- Alberto Moacir Cagol (irmão de Alexandra)
- Ladjane Ravagio (professora de Rafael)
- Denise Bielski Vojniek (conselheira tutelar)
- Isailde Batista (mãe de Alexandra)
- Adolescente (irmão de Rafael)
17 de dezembro, às 13h15:
- Rosemar Winques Ostroski (irmã de Rodrigo Winques)
- Gilmar Antonio Atzler (proprietário do imóvel que Rodrigo reside)
- Marizete Lisboa Miranda da Silva (amiga de Rodrigo Winques)
- Rodrigo Oliveira Dias (amigo de Rodrigo Winques)
- Claudiomiro Miranda da Silva (esposo de Marizete)
- Antônio Gabriel da Silva (testemunha de defesa)
18 de dezembro, às 13h15:
Interrogatório da ré Alexandra
Fonte: Tribunal de Justiça-RS