As defesas de Edelvânia e de Evandro Wirganovicz pediram a absolvição do réu por todos os crimes. A mulher confirma que teve envolvimento na morte de Bernardo Uglione Boldrini, alegando que foi acidental, mas nega que o irmão tenha participação.
Para o Ministério Público, foi ele quem cavou o buraco onde o menino teve o corpo ocultado, em abril de 2014, no interior de Frederico Westphalen. O júri deve ser finalizado na tarde desta sexta-feira (15) em Três Passos, na Região Noroeste.
Uma carta que a irmã escreveu para Evandro foi lida pela defesa ao longo dos 30 minutos que tiveram para apresentar argumentos. “Meu amado, me perdoa por você estar aí preso sem ter feito nada”, diz trecho do documento lido. Os irmãos choraram durante boa parte da argumentação das defesas.
— Eu não tenho uma filmagem, não tenho uma testemunha que diga que ele cavou o buraco, que tenha visto. Não tenho uma testemunha que vincule ele à Kelly (Graciele) ou ao Leandro. Eles dizem que não conhecem. E eu estou aqui tentando provar que o bicho papão não existe e quem tinha que provar que existe não provou — defendeu Luiz Geraldo Gomes dos Santos.
O advogado exibiu aos jurados fotografias dos filhos de Evandro, de cinco e sete anos. O advogado defendeu que o réu não seja condenado por nenhum dos crimes dos quais é acusado. Ele está preso há quase cinco anos.
O réu afirma que só esteve no local onde foi cavado o buraco, dois dias antes do crime, para pescar. A irmã alega que escolheu o local para abrir a cova justamente porque conhecia essa área. Ela diz que cavou o buraco sozinha.
— Ele me dizia ontem, assim, chorando, “doutor eu não vi minha filha aprender a caminhar”. É o mínimo que um pai tem que ver. Ele está aí chorando, com o coração aberto, implorando, me ajudem. Só vocês podem corrigir o mal que foi feito. Eu não posso fazer nada em relação à morte desse menino, se pudesse eu faria. Mas muito posso fazer para corrigir esse segundo mal, que é o que ele está passando aqui — argumentou Santos.
Os advogados de Edelvânia também pediram a absolvição de Evandro por todos os crimes. Em relação à ré, Jean Severo e Gustavo Nagelstein pediram que ela não seja condenada por homicídio e sim por ocultação de cadáver. Em caso de condenação, pediram ainda que se leve em conta o fato de que ela confessou o crime, como forma de atenuar a pena.
— A Edelvânia e o Evandro não podem, em hipótese alguma, ainda que todos condenados, receber a mesma pena do pai e da madrasta — argumentou Severo.