Uma semana após a Operação Barão ser deflagrada pela Polícia Civil em nove cidades gaúchas, agentes tentam prender o último foragido que integrava esquema criminoso que roubava, clonava e desmanchava carros de luxo para depois vender peças para 16 Estados em lojas virtuais, além de lavar dinheiro e aplicar golpes em instituições e no comércio. Na tarde de segunda-feira (2), o suspeito de ser o "laranja" usado pela quadrilha para a aquisição de um veículo Lotus se apresentou à polícia.
Com a prisão do suposto "laranja", já são 34 detidos na operação. Apenas um deles foi solto, um homem que havia sido preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
O delegado Joel Wagner, da Delegacia de Roubos de Veículos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), diz que o foragido, que não teve o nome divulgado, tem prisão decretada por envolvimento com o grupo. Ele seria responsável por alugar um dos nove pavilhões utilizados no esquema criminoso. Os carros roubados eram desmanchados nestes locais. Foram encontradas 25 toneladas de peças nestes imóveis e identificados mais de 100 veículos. No entanto, nenhum deles estava inteiro, havia apenas peças.
Sobre a Lotus apreendida na operação, o dono de uma mecânica na zona sul de Porto Alegre, que afirmou ser o verdadeiro proprietário do carro de luxo, pretende levar ainda nesta terça-feira (3) ao Deic a documentação que comprova a aquisição e a transferência do automóvel. Ele deve depor na próxima semana.
Até lá, a polícia segue ouvindo presos e testemunhas, além de analisar dados sobre o esquema criminoso que lucrava até R$ 800 mil por mês. Devido ao fato de haver investigados presos, a polícia deve concluir o inquérito até a próxima quinta-feira (5), mas pode pedir prorrogação para continuar investigando novas denúncias e principalmente o esquema de lavagem de dinheiro.