O rapto, estupro e assassinato da menina Naiara Soares Gomes, sete anos, em Caxias do Sul, levantou na comunidade a discussão sobre a distância entre a escola e a casa em que ela morava.
A menina sumiu no dia 9 de março no trajeto que fazia para ir à escola, cerca de dois quilômetros distante de sua residência. O corpo da criança foi encontrado na quarta-feira (21). Em depoimento, o suspeito confessou os crimes. Foi ele quem conduziu a polícia até o local onde a menina foi encontrada.
Nesta semana, gestores da área da educação no município e no Estado se reuniram com o Ministério Público, Conselho Tutelar e Conselho Municipal da Educação para tratar da falta de vagas em instituições perto da residência de estudantes.
Na reunião, conforme a Secretaria Municipal da Educação (Smed), foram levantadas possibilidades como ampliação de trajetos das linhas de ônibus para facilitar o deslocamento das crianças e a análise de oferta de mais opções de escolas dentro do zoneamento das famílias.
O assunto já vinha sendo discutido nos últimos meses, conforme a Smed. Mas a repercussão do desaparecimento e morte da menina colocou o tema em evidência.
— O caso Naiara reforça a importância dessa ação — afirma a gerente pedagógica da Secretaria Municipal da Educação, Alessandra Piccoli.
A menina estudava na escola Renato João Cesa, embora a mais próxima da casa dela fosse a Basílio Tcacenco. A família alega que pediu a transferência, mas a Secretaria da Educação diz que não recebeu o pedido.
Cuidados na escola
A Smed vem fornecendo apoio psicológico para a escola em que Naiara estudava. Na próxima semana, equipes vão à instituição para acompanhar como tem sido a reação ao caso.
A psicóloga Sonia Rossetti, da Secretaria Municipal da Educação, explica que a ideia é oferecer atenção especializada para ajudar na elaboração do luto, além reforçar a importância cuidado consigo e com o próximo. O trabalho inicialmente ocorre em grupo e, se houver necessidade, pode ser individualizado. A psicóloga destaca que o momento é de tristeza, o que é comum nesses casos. Por isso, o ambiente, segundo ela, deve ser de acolhimento e escuta.
Outra equipe que deve auxiliar é a Reconexão, composta por dois assessores pedagógicos e facilitadores restaurativos. Eles focam nas relações e na transformação de conflitos, de menor potencial ofensivo, por meio de práticas e abordagens restaurativas.