As polícias federais do Paraguai e do Brasil fizeram uma grande esquema de segurança nesta quinta-feira para a extradição de Jarvis Chimenes Pavão, 49 anos, um dos maiores narcotraficantes da América do Sul. No país vizinho ele é conhecido como "Senhor das drogas". Além do envolvimento com facções do Rio Grande do Sul, o criminoso também era conhecido como barão da droga em Santa Catarina.
Reportagem do Diário Catarinense de 2010, quando ele foi preso pela última vez no Paraguai, mostra que Pavão mudou-se para Santa Catarina nos anos 1990. Instalou-se em Balneário Camboriú, onde atuaria no comércio de veículos e no tráfico. Foi quando as polícias Civil e Federal passaram a suspeitar do seu envolvimento com atividades ilícitas e a ligação com o crime organizado do Paraguai. Em 1994, chegou a ser preso em Balneário Camboriú com 25 quilos de cocaína. Depois ele ganhou a liberdade. A investigação da Polícia Federal apontou que o traficante seria responsável por 80% do comércio de drogas em Balneário Camboriú e Itajaí. De 1994 a 2000, policiais federais reuniram provas do envolvimento de Pavão com o tráfico de drogas e crimes de lavagem de dinheiro.
Com a prisão preventiva decretada pela Justiça catarinense, Pavão figurava como um dos principais traficantes do Estado, segundo policiais. Mas ele fugiu pela mesma rota de onde mandava vir a droga: o Paraguai. A polícia descobriu que Pavão criou uma empresa de importação e exportação de cervejas. Mas a operação seria fachada para o tráfico. Em Pedro Juan Caballero, suspeitou-se que fez parceria com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no esquema de troca de armas por cocaína.
Em julho do ano passado, autoridades locais descobriram uma estrutura luxuosa montada pelo narcotraficante no Penitenciária de Tacumbú, em Assunção. Dentro das delas havia três suítes com televisão, DVD e camas, além de uma decoração que nada lembrava uma unidade prisional. A ministra da Justiça à época foi demitida por conta do episódio.
Pavão também é suspeito de ordenar a morte de Jorge Rafaat, um dos principais traficantes da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, em junho de 2016. Ele foi executado a tiros de armas de grosso calibre em um ataque em Ponta Porã. A suspeita da polícia é que Pavão seja integrante de uma facção criminosa paulista.