A Superintendência dos Serviços Penitenciários está sem alternativa para remanejar novos presos no Rio Grande do Sul. A superintendente, Marli Ane Stock, disse nesta sexta-feira (29) que não tem para onde encaminhar os detentos. A manifestação ocorre após o judiciário impedir a ocupação em cadeias superlotadas e em delegacias. A superintendente espera, porém, que a situação seja resolvida ainda hoje. Os reparos exigidos na Penitenciária Modulada de Charqueadas, que motivaram a interdição da cadeia já foram concluídos e a Susepe aguarda pronunciamento da Justiça nas próximas horas.
Nessa quinta-feira, o judiciário determinou a remoção imediata de presos das delegacias. De acordo com a liminar concedida pela desembargadora Lúcia de Fátima Cerveira, "não será admitida a recusa em receber os detentos por parte dos estabelecimentos penitenciários administrados pela Susepe".
Em um médio e longo prazo, a superintendência prevê a criação de mil vagas para o regime semi-aberto em Porto Alegre. Seis prédios públicos da Região Metropolitana serão adaptados. As obras vão durar oito meses, mas ainda não há estimativa de quando elas começarão. Além disso, a Susepe quer ampliar em mais mil a quantidade de tornozeleiras eletrônicas. A intenção é mostrar à cúpula do governo que o investimento é baixo comparado com um preso em regime fechado. O equipamento custa R$ 270 por monitorado. Já um preso em cadeia custa R$ 2,5 mil.
Em fevereiro, a expectativa da superintendente é abrir mais 805 vagas do regime fechado de mais um módulo da penitenciária de Canoas. Com a realização de um novo concurso para agentes penitenciários, até o fim do primeiro semestre de 2017 seria possível ocupar as 2,4 mil vagas.