O motorista de ônibus Itamar da Silva Arisi, 57 anos, será julgado a partir das 9h de nesta sexta-feira na 2ª Vara do Júri de Porto Alegre pelo assassinato do técnico em refrigeração José Aloísio Melo de Abreu, 40 anos.
O crime ocorreu dentro da casa do motorista, na manhã de 2 de outubro de 2006, no bairro Rubem Berta, na zona norte da Capital. Abreu era amante da mulher de Arisi havia dois anos.
Naquela segunda-feira, Arisi tinha saído de casa às 4h50min para o trabalho na Empresa Vicasa, em Cachoeirinha, mas uma pane no veículo que dirigia o fez voltar antes do horário habitual para casa.
Depois de ver os três filhos dormindo, o motorista foi para seu quarto e encontrou a mulher apavorada. Sem cobrar explicações, deitou-se, mas logo percebeu um barulho estranho embaixo da cama. Em seguida, Abreu surgiu diante dele, nu, vestindo apenas meias.
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Conforme relato de Arisi ao confessar o crime, o intruso tentou lhe agredir, e ele reagiu. Arisi afirmou ter encontrado um revólver entre as vestes de Abreu e disparou contra o amante da mulher, alegando legítima defesa. À polícia, a mulher do motorista apresentou versão diferente. Disse que o marido pegou uma arma em outro cômodo da casa.
Abreu tentou escapar, correu para o pátio, mas não resistiu. Após o crime, o motorista enrolou o corpo da vítima em um lençol, colocou em um Chevette e o abandonou em um matagal no distrito industrial de Cachoeirinha, onde também se desfez da arma.
Abreu foi encontrado com quatro perfurações de tiros nos braços, na cabeça e no abdômen, e marcas de facas no peito. Ele era solteiro e tinha conhecido a mulher em cultos de um templo da Assembleia de Deus.
Arisi está separado da mulher e responde ao processo em liberdade. Está afastado do trabalho por questões de saúde e sofreu interdição – declarado sem condições de gerir atos da vida civil – conforme o advogado dele, Lúcio de Constantino.