Panelas no chão, banheiro sem janela e esgoto com vazamento. O cenário de descaso foi encontrado em uma casa em Tapes, no sul do Estado, onde funcionaria uma clínica psiquiátrica. Dezesseis pessoas com deficiência mental foram removidas do local, que não possui alvará de funcionamento.
Agentes de saúde, psicólogos e assistentes sociais da prefeitura compareceram à residência depois de receber uma denúncia de maus-tratos, na tarde de segunda-feira. Eles foram acompanhados pela Brigada Militar, Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. No local, o grupo encontrou diversas irregularidades estruturais e sanitárias.
As 16 pessoas que viviam na casa, todas com deficiência mental, foram removidas do local e encaminhadas à Escola Municipal Marta Pereira Barbosa. No colégio, a prefeitura montou uma estrutura para abrigá-las até que as famílias sejam localizadas. Pelo menos uma das pacientes é idosa.
A Polícia Civil do município investiga a denúncia de maus-tratos e a situação da clínica:
- Estamos investigando o ramo de atividade da clínica, mas podemos afirmar que o local é completamente irregular, pois não possui nenhum registro - relata o delegado Adriano Pelusio.
No local, segundo ele, os colchões estavam sem lençóis. A estrutura também era precária. O delegado conta que há apenas um chuveiro para as 16 pessoas e a casa não possui ventilação adequada.
O proprietário do local e os dois funcionários estão na delegacia, onde devem prestar depoimento. Conforme Pelusio, eles podem responder pelos crimes de maus tratos e apropriação do provento de idosos, previsto no Estatuto do Idoso. Pelo menos quatro pacientes já foram ouvidos pela polícia e o inquérito deve ser concluído ainda nesta semana.
Tapes
Polícia investiga denúncia de maus-tratos a 16 pacientes com deficiência mental
Pessoas foram encontradas em uma casa onde funcionaria uma clínica psiquiátrica irregular
Fernanda da Costa
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