A prefeitura de Porto Alegre irá manter por mais 15 dias o funcionamento de cem leitos hospitalares provisórios. A estrutura, disponibilizada em maio, fazia parte da operação inverno, que se encerrou nesta sexta-feira (30). A medida é praticada anualmente pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) durante os meses mais frios, período em que é registrado um aumento de doenças respiratórias.
Inicialmente foram disponibilizados 116 leitos adultos para reforçar o atendimento na rede municipal. Dezesseis dessas estruturas já não estarão mais disponíveis a partir deste sábado (1º ), as restantes permanecerão instaladas nos hospitais Vila Nova e Independência.
Segundo a SMS, a manutenção ocorre em razão da alta taxa de ocupação que segue sendo registrada nas emergências da Capital, com operação acima da capacidade. Segundo dados fornecidos pela secretaria, a taxa média é de 149%. As autoridades apontam que quase metade (45%) dos pacientes vem de outras cidades do Rio Grande do Sul. Uma nova avaliação será feita em duas semanas para definir se o reforço na oferta será mantido por mais tempo.
A mais recente atualização dos dados da secretaria da saúde, desta sexta-feira, aponta que oito das 10 emergências do Sistema Único de Saúde (SUS) de Porto Alegre estavam superlotadas. O maior índice é registrado na emergência da Santa Casa, com 60 atendimentos para 24 leitos disponíveis, o que representa 250% da capacidade. Os hospitais de Clínicas, Conceição, Instituto de Cardiologia, e as quatro Unidades de Pronto Atendimento (Bom Jesus, Lomba do Pinheiro, Cruzeiro do Sul e Moacyr Scliar) também enfrentam a mesma situação.
Em relação aos leitos pediátricos, não será necessário manter as estruturas disponibilizadas para o inverno. Foram 55 locais destinados às crianças. A prefeitura afirma que grande parte deles já não estavam mais sendo utilizados.
Busca por recursos
Com o objetivo de custear a manutenção dos leitos que irão permanecer por mais duas semanas, o prefeito Sebastião Melo deve se reunir na próxima terça-feira (4) com a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann.
O executivo municipal busca encontrar alternativas junto ao Piratini para o financiamento das estruturas. Atualmente as verbas são provenientes da própria prefeitura, com auxílio do governo federal.