
Pedro Simch morreu em 24 de março, aos 90 anos. Nascido em Porto Alegre, ele foi eleito o Arquiteto do Ano em 1997, em prêmio concedido pela Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio Grande do Sul (Saergs).
Graduado em 1958 pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Feral do Rio Grande do Sul (UFRGS), Simch também atuou como professor assistente da universidade entre 1964 e 1968.
Simch deixa a esposa, Marina Vellinho Simch, com quem gostava de viajar, apreciar e descobrir restaurantes em sua cidade natal, na serra gaúcha e no Uruguai.
Uma das filhas, Ana Luiza Simch Walther relembra que para o pai, "as melhores ambrosias" era feitas por Marina. Simch tinha apreço pelos esportes, que passou aos filhos e filhas, e fez pilates até seus 90 anos, com vigor e determinação.
— Gostava de reunir filhos, filhas, genros, noras, netos e netas em torno de bons vinhos e espumantes — recorda Ana.
Netos e netas conviveram com um avô que amava os desafios da vida e puderam apreciar um bom feijão feito por ele quando se aposentou, aos 89 anos. "Ficou feliz ao se tornar bisavô", lembra Ana.
"Sua partida deixa um legado significativo para a arquitetura e também para aqueles que tiveram a oportunidade de conviver", diz nota enviada pela família a Zero Hora.
Trajetória profissional
Pedro Simch destacou-se na arquitetura residencial projetando casas nas quais os telhados e o uso da madeira eram sua marca registrada. Nos projetos comerciais como o showroom da Dellano, lojas Scarpini e Conte Freire aparece o "design sofisticado de um artista".
Seu estilo característico também foi impresso nos projetos industriais. Entre os clientes estão: Grupo Gerdau; ITM; Madesa; Dana; American Tool; Dakota e Telasul, para os quais criou projetos inovadores, com plantas funcionais, marcado pela materialidade, harmonia nos volumes e atenção ao bem-estar dos colaboradores.
Na área institucional, merecem menção o complexo da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o Teatro do Sesi, o CIEE (incluindo seu teatro) e iniciativas para o Sesi e o Senai, bem como empreendimentos de alta complexidade como o Haras Joter e o Velopark.
Seus últimos projetos, o CD da Dimed e Calçados Dakota, receberam premiações, reforçando o reconhecimento de seu trabalho e a dedicação à arquitetura até o último instante. Ao longo da sua trajetória fez parcerias com profissionais e escritórios de arquitetura, muitos deles ex-estagiários de seu próprio escritório.
Foi premiado pela Bienal do Rio Grande do Sul, agraciado pelo Instituto de Arquiteto do Brasil (IAB) e teve suas obras publicadas em diversas revistas locais e nacionais. Em 1997, recebeu o prêmio de Arquiteto do Ano.