Porto Alegre apresenta mais de 90% dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais ocupados nesta terça-feira (11). De acordo com os dados do painel de monitoramento da prefeitura, oito hospitais que atendem via SUS, incluindo o Pronto Socorro da Capital, estão superlotados. O cenário também é observado nas quatro unidades de pronto atendimento (UPAs).
Os leitos clínicos de enfermaria são os mais demandados nas UPAs, que têm média de 211% de ocupação. Nos hospitais, a situação afeta a acomodação de novos pacientes e aumenta o tempo de espera para atendimento.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS), a demanda aumentou ainda mais com o fechamento de serviços na Região Metropolitana. Mais de 40% dos pacientes são de outras cidades, segundo a pasta.
Superlotação
O pior cenário da rede hospitalar é visto no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Conforme os dados das 16h, a instituição opera com 411% de capacidade, mas segue com a emergência fechada devido a obras. Apenas pacientes encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são atendidos.
Já no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), são 37 pacientes atendidos em 10 leitos SUS — lotação de 370%.
O Pronto Atendimento Bom Jesus opera com 614% da capacidade. São 43 pessoas em observação para apenas sete leitos; outras 27 aguardam por atendimento.
Os hospitais Nossa Senhora da Conceição, São Lucas e Santa Casa de Misericórdia seguem com restrições nas emergências. Na mesma situação, o Instituto de Cardiologia opera com 310% de lotação, priorizando os casos conforme a classificação de risco.
Contraponto
A SMS afirma que a maioria dos são de menor gravidade e poderiam ser acolhidos nas unidades de saúde, evitando a sobrecarga dos serviços de urgência e emergência. São casos de sintomas clínicos, crônicos, respiratórios, digestivos, cardiovasculares e dermatológicos.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que historicamente as emergências de Porto Alegre apresentam taxa de ocupação de pacientes de fora da Capital. Para auxiliar, o governo do Estado afirma que trabalha no processo para regulação de pacientes.