A Polícia Civil já pediu imagens de câmeras de segurança da Câmara de Vereadores de Porto Alegre e começou a ouvir os envolvidos na confusão ocorrida na última quarta-feira (20), durante a sessão na casa legislativa que debatia o passaporte vacinal na capital gaúcha.
A delegada Andrea Mattos, da Delegacia de Combate à Intolerância, ouviu nesta sexta-feira a manifestante que levou um cartaz com uma suástica desenhada — o símbolo teria desencadeado o tumulto, segundo testemunhas. Manifestantes alegaram que a obrigatoriedade do passaporte vacinal seria uma atitude nazista, por isso a suástica.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, a delegada afirmou que a mulher que confeccionou o cartaz foi identificada e, em depoimento, disse que recebeu um "chamado divino".
— O que me disseram é que teriam pessoas por trás desses manifestantes, inclusive vereadores. Nós queremos checar esse fato. A manifestante que fez o cartaz alegou que foi sozinha, que não conhecia nenhuma das pessoas que ali estavam, e que recebeu um "chamado divino" para comparecer ali — explicou Andrea.
A delegada disse que a investigação apontará se a mulher teve o objetivo de divulgar o nazismo e se ela se enquadraria no caso de racismo, denunciado por vereadores da bancada negra.
Andrea Mattos ainda afirmou que a investigação segue três linhas:
— A primeira diz respeito ao cartaz. A segunda diz respeito ao racismo contra vereadores negras, e a terceira é pelo fato da agressão sofrida por um assessor da Câmara. Eu quero ter certeza de quem entrou (no plenário), porque entraram, e qual a relação que elas têm com o fato.
Segundo a Polícia Civil, além das agressões, vereadores alegam que aconteceram outras ofensas além daquelas que foram divulgadas, inclusive com gestos.
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