
O fechamento de algumas lojas em razão dos decretos do governo estadual e da prefeitura de Porto Alegre no combate ao avanço do coronavírus mudou o cenário de parte do centro histórico da Capital. Nos últimos dias, os proprietários de alguns estabelecimentos da região que estão proibidos de abrir colocaram tapumes em frente aos pontos comerciais. Quem passa por trechos das ruas dos Andradas e Doutor Flores depara com as entradas dos locais “amadeiradas”, como informou a colunista de economia de GaúchaZH Giane Guerra.
Lojas de operadoras de telefonia estão entre as principais unidades que contam com as barreiras. Mas a proteção também é verificada em estabelecimentos de outros segmentos, como o de vestuário. Em alguns casos, a estrutura, geralmente de madeira, cobre toda a cortina de ferro que fecha as lojas. Em outras situações, o bloqueio é parcial, apenas na parte inferior.
Presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Sérgio Galbinski explica que a medida é de praxe nesse tipo de situação, onde as lojas precisam ficar fechadas e a circulação de pessoas no entorno diminui diante das medidas de isolamento social.
— Tem pouca gente nas ruas, o que cria um cenário muito propício para arrombamentos e furtos. Então, é normal que os lojistas usem essa estratégia para inibir esse tipo de ação e buscar um pouco mais de segurança — aponta Galbinski.
Compartilhando do mesmo entendimento, o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), Paulo Kruse, reforça que a entidade apoia a medida, uma vez que essa ação surge como uma ferramenta a mais na busca pela proteção do patrimônio.

— O pessoal faz como se fosse uma casinha de morador de rua em frente às lojas e serra a tranca da cortina de ferro, o que facilita a invasão. Assim, com esses tapumes, dificulta mais essa ação, porque eles têm de quebrar todos os tapumes — explica.
O presidente também destaca que o fato de os proprietários não conseguirem retirar todos os objetos de valores de dentro das lojas também ajuda a explicar o uso dessas barreiras.
BM assegura normalidade na segurança da região
Comandante do policiamento na Capital, o tenente-coronel Rogério Stumpf Pereira Junior destaca que a Brigada Militar (BM) não verificou nenhuma elevação nos casos de furtos e arrombamentos na região desde a quarentena, se comparado a outras épocas. O comandante entende que o movimento dos lojistas ocorre no âmbito da prevenção e assegura que a BM segue com rondas ostensivas para garantir a segurança da região.
— A Brigada está nas ruas, está prendendo e atuando — pontua.
O comandante afirmou que a BM vai buscar uma conversa com os representantes dos comerciantes da região para ver se existe alguma demanda específica em relação à segurança.