
O banho de sol diário será na sacada ampla com vista para a Redenção. À noite, um quarto escuro e silencioso que até então ficava vazio, servirá de dormitório. Tudo planejado para que os hóspedes de Martha Pecoits, 57 anos, sintam-se em casa.
– Hotel para cachorro já existe, para gatos também. Por que os pássaros não teriam um cuidador? – questiona a bacharel em Direito, que há um ano trabalha com serviço especializado de transporte de animais e na semana passada abriu hotel para pássaros na Cidade Baixa.
A ideia é que donos de pássaros tenham onde deixar os animaizinhos – soltos ou na gaiola, como preferirem – quando decidirem viajar nas férias . Os hóspedes ficarão na companhia da calopsita Abralas, que apareceu há um ano na sacada de Martha. Enquanto ela molhava folhagens, ouviu o bichinho piar no parapeito do edifício.
– Fui lá, peguei um baldinho de sorvete e coloquei ela para dentro. Encostei uma gaiola perto, e ela entrou. Está comigo até hoje. É um presente de Deus – derrete-se Martha, que já teve outra calopsita, Baudur, que morreu há seis anos.
Martha garante que a experiência com pássaros será um diferencial. Segundo a autônoma, quem deixar o bichinho no Pet Best Friend pode viajar tranquilo – ela dará água, comida, fará a limpeza das gaiolas e transportará os animais até as casas quando os donos retornarem.
– Pássaros são muito delicados. Como vão se distanciar de seus tutores, receberão muito carinho. Cuidarei deles como se fossem meus, tenho certeza que irão se sentir em casa.