
O antiquário Benjamim Ramos de Mattos, 28 anos, decidiu dar uma volta de bicicleta pela Redenção na quarta-feira (15). Na mão, levou o Caderno de Restauro do Projeto Construção Cultural, obra recebida por ele em uma palestra, que detalha o resgate dos monumentos do parque, realizado em 2016, quando algumas obras foram restauradas e outras substituídas por réplicas. A ideia era fazer um antes e depois das esculturas – grande parte delas vandalizada há quatro anos, cerca de um mês depois de ter sido recuperada.
– Lembro de ter ido à Redenção quanto tudo estava direitinho. Decidi mostrar a diferença, mesmo sabendo que não é de hoje, porque é revoltante. Passou o tempo, nada foi feito. Continua acontecendo, ninguém monitora – diz.
Organizado por José Francisco Alves, doutor em História da Arte, o Caderno de Restauro exibe os monumentos – que homenageiam iniciativas e personalidades locais e internacionais – ainda intactos. Na opinião de Alves, a prefeitura "sofre com falta de equipes e de verba para recuperar as obras", que "deveriam ser recolhidas":
– Fico contente que algumas pessoas se preocupem, mas muitos não se dão conta do patrimônio. A Redenção, infelizmente, é um caso perdido. Quebram tudo e não tem manutenção.
Conforme Manuela Costa, arquiteta e coordenadora da Memória Cultural do município, a prefeitura tem um projeto piloto para a limpeza de monumentos – que também servirá para o monitoramento das esculturas –, além de ações de educação patrimonial. Segundo ela, é inviável repor ou consertar obras em Porto Alegre.
– Não vale a pena, infelizmente. É melhor recolher ou expor réplicas.