Esta segunda-feira (5) começou com a rotina alterada para os moradores da Vila Timbaúva e do bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre. Sem ônibus da linha A62 para levá-los até o terminal da Avenida Adelino Ferreira Jardim, o jeito foi ir a pé. A suspensão do transporte ocorreu após incêndio em um dos coletivos.
A linha voltou a operar às 11h, com intervalo de 30 minutos entre as viagens. A Brigada Militar e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) acompanharão os ônibus no trajeto.
Tatiana Nedel, 43 anos, esperava o ônibus com a filha, Fernanda, seis anos, no início da manhã. Ela precisava deixar a menina na casa da mãe, distante 25 minutos de onde estava, para poder ir ao trabalho. Teve de caminhar o trajeto de ida e volta, atrasando sua chegada na empresa.
— É muito complicado porque altera toda nossa rotina. Tenho horário no trabalho e não esperava por isso. Entendemos que os motoristas ficam com medo. Mas quem acaba prejudicado é a gente — lamenta.
Nos demais pontos do bairro, as ruas estavam tomados por crianças e adolescentes que retornaram nesta segunda às aulas após as férias de inverno. O ônibus passa próximo de quatro colégios.
No ponto em que o ônibus foi incendiado, na Rua Irmãos Maristas, ainda há cinzas e destroços do coletivo incendiado. Mães e crianças acabam caminhando sobre o local para chegar a uma das escolas. O cheiro ainda é forte em decorrência das chamas da última noite.
A Brigada Militar enviou reforço de viaturas para garantir a segurança dos ônibus do bairro. GaúchaZH avistou três veículos diferentes de policiais circulando pela região.
BM afirma que reforçou o policiamento
A Brigada Militar chamou policiais de folga para reforçar o policiamento no bairro. Agentes do setor de inteligência também foram convocados para descobrir o motivo do ataque.
— É um fato completamente inédito pela forma que ocorreu. Estamos tentando entender o ato desse indivíduo. É um ônibus de linha alimentadora, comunitária. Não houve uma prisão, apreensão ou confronto com nossas guarnições recentemente — declarou o tenente-coronel Fernando Gralha Nunes, comandante do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
A BM apresentou um suspeito na 2ª Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) — suas características são as mesmas do homem apontado como autor do crime por testemunhas. Ele foi liberado.