O bloco cirúrgico do Hospital Universitário de Canoas está operando somente com 60% da capacidade. A redução no atendimento ocorre desde janeiro devido à falta de médicos anestesistas, o que impede a realização de parte dos procedimentos.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Canoas, responsável pela administração da instituição, todas as cirurgias de urgência são feitas, e as eletivas dependem da capacidade de realização dos procedimentos. A avaliação é feita pelos médicos do hospital, que levam em conta a gravidade do paciente.
A falta de médicos anestesistas ocorre devido a pedidos de desligamento de funcionários. Segundo a prefeitura, quatro profissionais foram contratados recentemente e assumem na próxima semana. Assim, a expectativa é de que o bloco cirúrgico opere com 80% da capacidade após o feriadão de carnaval. A prefeitura não forneceu restrição para normalização total do problema.
Por enquanto, apenas a área de obstetrícia opera com 100%, com equipe completa de anestesistas.
Na área ambulatorial, que se refere a exames, consultas e procedimentos, o atendimento também é feito de forma restrita, com 80% da capacidade. A estimativa da prefeitura é de que os 100% de atendimento só sejam alcançados a partir de março.
O Hospital Universitário é referência para 156 municípios do Estado. A instituição passou a ser administrada em dezembro pela prefeitura depois que uma operação do Ministério Público Estadual prendeu dirigentes do Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), que administrava, além do HU, o Hospital de Pronto-Socorro, duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e quatro Centros de Assistência Psicossocial (Caps).
A prefeitura alega que está há seis meses sem receber recursos do governo do Estado. A dívida, segundo a administração municipal, chega a R$ 57 milhões. Por este motivo, a prefeitura fez contingenciamento de recursos e repassou, nos últimos meses, R$ 40 milhões para a área da saúde.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde informou que está fazendo levantamento do total a pagar para que, posteriormente, possa fazer negociação com municípios, hospitais e demais credores. A programação de pagamentos está em análise na Junta de Conciliação Orçamentária e Financeira (Juncof) da Secretaria da Fazenda.
O edital que contratará uma empresa para a gestão dos hospitais e unidades de saúde está em análise por equipes de consultoria dos hospitais Sírio Libanês, de São Paulo, e Moinhos de Vento, da Capital, que estão ajudando na elaboração do documento. Não há previsão de quando o edital será aberto. A expectativa, no entanto, é de que a empresa vencedora assuma em até seis meses.